la vida no es una frutilla


segunda-feira, 30 de junho de 2008

Ensina-me a viver

Não, não foi só por causa do aniversário do Theatro São Pedro e da dona Eva Sopher que os ingressos se esgotaram. Que sorte a minha, conseguir um lugarzinho na sessão extra de sábado. Bem que me disseram que era im-per-dí-vel. IMPERDÍVEL! Uma história linda, cheia de humor e drama, cheia de sabedoria sobre vida e morte, sobre valores, na intersecção entre a psicopatologia e a normalidade, onde o que menos interessa são as fronteiras. A peça toda, aliás, muito bem montada, brinca com as fronteiras, como no jogo de cortinas transparentes que compõem o cenário. A trilha sonora do amigo Rodrigo Penna (O Senhor Bailinho) é ma-ra-vi-lho-sa (estou falando igual à personagem de Ilana Kaplan?) - não tinha como não ser. Mas o que me fez rolar de rir mesmo, hahaha o que era aquilo!!! "É meu bailinho particular." !!!

sábado, 28 de junho de 2008

foi.

deixou um resto
de gesto
em seus braços
ao virar-se
de costas
-
e partir.
-
sumiu na multidão
mas ainda
ainda cruzaram
o olhar
-
uma última
vez.
-
-
uma lágrima
escorreu
-
do olho
direito
-
-
-
,

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Frio




Quando foi anunciada a data oficial de início do inverno, nós aqui em Porto Alegre já estávamos no inverno há hoooooras! Eu até gosto de inverno, especialmente se tenho meu carrinho, uma calefaçãozinha em casa, e não tenho atividades externas (ao ar livre, digo). No inverno as pessoas se vestem melhor, tem o charme e a elegância das mantas e chales, as toquinhas e luvinhas, as botas, como eu gosto de usar botas! Mas o inverno tem suas conseqüências. A pessoa fica branca. A pessoa fica carente. A pessoa come mais. A pessoa bebe vinho ou álcool mais forte pra se esquentar. A pessoa vicia (eu disse V I C I A ) em chocolate. De maneira que, desde que começou a esfriar em Porto Alegre, eu já engordei 3kg. Eu disse T R Ê S quilos! É muito. Mas quase não se nota, pois ando sempre entrouxada de roupas, mesmo!


Só para constar: neste exato momento, estou de botas. Meu pé está con-ge-lan-do mesmo assim. E estou dentro de casa... Oh, sofrimento! A pior coisa é passar frio dentro de casa.


Mas de tudo, de todo o inverno, o pior é a hora de dormir. Aquele frriiiiiooo. Não tem calefação, cobertor, ursinho de pelúcia, pijamão, nem travesseiro que te substitua. Que tu tá fazendo aí, tão longe? Vem pra cá, vem! Nem que seja pra me buscar...


quinta-feira, 26 de junho de 2008

RQs e cia.

pingos de uma noite interminável.


de um evento memorável.


do que se lembra e do que não se lembra mais.


vem assim, aos pingos. ok?


entra e fecha porta (é coisa nossa, só nossa).





eu curti. e tu?




o segredo é a água





i bet you look good on the dancefloor!




dance enquanto você está de pé!







maria, maria





sorrisos (e vestidos) transbordantes!






!!!f.a.nt.a.si.a!!!

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Estréia

Aplausos. Fecha cortina. Abre cortina. O grupo todo de mãos dadas agradece. Casa lotada, as cadeirinhas extras ao longo das laterais da platéia. Ela não está satisfeita, é como se o teatro estivesse vazio sem a presença dele. Sempre foi assim. Ele promete ir à estréia, e de última hora arranja uma desculpa para não ir. Quando a temporada é longa, ele acaba assistindo, por insistência dela, à última ou penúltima apresentação. Mas a estréia, porra, por que ele nunca estava lá na noite da estréia?

Cerca de 30 pessoas a aguardam na saída do camarim. Dá entrevistas, recebe flores, agradecimentos, agradecimentos, abraços, beijinhos na boca (coisas de artista). Onde iremos comemorar? Entre os 30, um moreno não muito alto fica propositalmente por último. Adjetiva sua atuação como encantadora. Nunca tinha escutado isso, encatandora. Convida-a para uma festa. Tem todo domingo, manda teu nome para este email aqui que coloco teu nome na lista. Ela olha desconfiada para o flyer e para os olhos dele, alternadamente. Parece uma boa festa, mesmo. Pensa em ir.

É a segunda vez que se apresenta naquela cidade, espetáculos diferentes. Desta vez serão dois finais de semana, quer aproveitar a estadia. Decide ir à tal festa, vingar-se da ausência dele na platéia. Sai do hotel para encantar(-se). Dançará todas, beberá todas, e ouvirá tudo o que o moreno de olhar insistente vier dizer. A festa é muito boa mesmo, obrigada pelo convite. Ele sorri. O sorriso mais ... encantador que ela jamais vira. Sente uma revoada de borboletas na barriga, muito mais forte do que a emoção de uma estréia, maior do que aquela da expectativa será que desta vez ele vem? Beijam-se. Ele a trata com a intimidade de quem se conhece há anos, mas é apenas a segunda vez que se encontram. Ela já estava no brilhinho quando ele aparece com uma garrafa de champanhe. A cada beijo demorado, a cada abraço apertado, ela se vê entre a culpa e a entrega. Olhar de gata assustada. Mas então pensa Bem feito pra ele, que nunca assiste às minhas estréias. Bem feito. E joga a cabeça para trás, deixa as borboletas voarem na barriga, aproveita o momento.

Fim da festa. O DJ parou de tocar e está se despedindo. Ele propõe levá-la.

Fecha cortina. Aplausos. Bravo!

\o/

!

arde
o meu corpo
na tua ausência
a esta hora da noite
já é tarde

arde
minha boca
sem teus beijos
quando acordo
não estás aqui

dói
essa saudade
uma vontade de te ver
dói lá dentro do peito
essa falta

sonho
com tua voz
ao pé do ouvido
não duvida,
eu alucino

quero
tu
!

aqui, ó

segunda-feira, 23 de junho de 2008

.doce espera.


às vezes grita
às vezes liga
às vezes escreve escreve
mas ainda não]
às vezes silêncio
sorri sempre que aquele barulhinho-
-mensagem no celular
às vezes come chocolate compulsivamente
mas não é a mesma coisa]
às vezes deixa comments no blog
-conversa em dois tempos-




[a pequena sereia entregou
seu canto engarrafado
para poder viver
ao lado de seu príncipe encantado
no reino do amor]

domingo, 22 de junho de 2008

VAZIO
vaZio VAzio
vazio
VazIo vazio
vazio

gatos

sempre tive cachorro
não sei bem como interagir com gatos
mas o aquiles é um gato-cão
interativo.
vez em quando confunde cafuné com caça
morde minha mão
puxa os fios do meu blusão de lã
mia pra pedir comida
me leva lá na caixa dele mostrar que tá suja de cocô e xixi
fede
o mais difícil é limpar a caixa do gato
tô oferecendo 20 pilas pra quem se habilitar - trocar a areia da caixa
fica aqui, me olhando enquanto escrevo
bem na dele
mas aqui comigo
é uma companhia. é.
será que a gente se apega, eu e ele?



miau

poeminha de trapezista

janela fechada
não sei se ainda é noite, ou já é dia, já é noite,
ou quem sabe amanheceu
de novo

se o tempo é lógico
é só meu. é só teu. é de cada um.
que 3 dias durem 1 mês
e 1 mês sejam 2 semanas
e 5 meses não seja assim tão distante
pois se a distância é relativa
só...
se joga!
acrobacia aérea tem rede embaixo

quer ser meu portô?




\o/

sexta-feira, 20 de junho de 2008

de tudo isso que vim buscar
ja me pergunto durante
e o depois?

te esperava antes
medo alegre
e que não tenha depois,
só durante.durante.dur.an.t.e.
dura

e se mesmo assim achar
pouco]meu caro
até dou um jeito, posso ver isso,
depois

então tá!









__________________________
a gente assina aqui?
-

60's em pebê

não me olha assim
tão
como?
assim,você sabe
assim? (nunca mais soube reproduzir
aquele olhar)
fotograma.fotograma.fotograma.fotograma.fotograma
corte
o diretor na cadeirinha de madeira

quarta-feira, 18 de junho de 2008

?!

!
não tem poeta que traduza
o que me aconteceu
só eu
mas este aqui,
este poema aqui é teu.
!

le cap ferrat

e dos anos 90 restam aquelas músicas que causam frisson nas gurias à primeira nota da introdução. e o refrão que se canta junto:

here comes your man...

(a propósito, que espetáculo de pista de dança foi aquilo!)

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Cinderela pós-baile

Então os sapatinhos de cristal eram lindos e perfeitos e dançaram a noite inteira (não pediram pra parar), e só parei de dançar ao amanhecer, porque precisava dormir. Quer dizer, quando descalcei os pezinhos, aaaaaaaaaaaaaaahhhhhh! que alívio!!! Doía. É que o ser humano não foi feito pra usar salto alto (9cm) numa pista de dança animadíssima por mais de 6h de festa.

Em breve, FOTOOOOSSSS!!!

quinta-feira, 12 de junho de 2008

tempo lógico

  • os 5 minutos mais longos são aqueles do final do segundo tempo de alguma partida decisiva onde o Grêmio fez o gol que precisava aos 40 e fica segurando o resultando bravamente no campo de defesa até o último minuto (e o filho da puta do juiz ainda dará 4min de acréscimo).
  • os 30min mais longos são aqueles na esteira da academia quando não tem com quem conversar e não há nada de bom na tv nem nos fones de ouvido.
  • as 3h30min mais longas são aquelas na sala de embarque de um aeroporto monótono depois que tu acaba de dar tchau à pessoa amada que te levou até a porta do embarque e descobre que teu vôo tá atrasado sem previsão nenhuma.
  • os 6 dias mais longos serão esses de espera, a partir de hoje.

quarta-feira, 11 de junho de 2008

noitelonga


cumprimentaram-se como dois velhos amigos na entrada da festa. ela subiu, ele tomou mais duas cervejas na calçada e entrou. ela encontrou os amigos. ele a encontrou. deixou-a beber umas três cervejas sozinha. esperou o momento certo. estendeu-lhe a mão e com o olhar convidou: quer dançar? o que ela escutou como ordem: dança comigo! e dançaram como se fosse a primeira vez que dançavam. antes mesmo de a música chegar ao refrão ele segurou seu rosto e beijou um beijo bem beijado na boca dela, que rapidamente abriu os olhos assustados de prazer, ele disse que saudade desse olhar, ela relaxou e de olhos fechados beijou de volta quela boca que dizia coisas lindas de arrepiar os pelinhos do braço. dançaram mais uma estrofe. quase sem ela perceber ele os conduzia para junto à parede, onde já no verso seguinte abraçaram-se forte e diziam que vontade que eu estava deste abraço quanto tempo esperamos por este momento que bom estar aqui contigo beijobeijobeijobeijo e muitos sorrisos. dançaram mais uma música e outra e outra e outra e beberam mais uma cerveja e andaram de mãos dadas pelo salão. ele apresentou seus amigos, ela apresentou-lhe os dela, e conversaram, e ele cantava no ouvido dela os versos preferidos do samba preferido dela e ela sorria no seu ouvido o sorriso preferido dele e olhavam-se e falavam pelos olhos. só então deram-se conta de que era apenas a segunda vez que se viam, e que coisa louca, parecia que se conheciam há anos. então passaram horas dizendo que loucura isso que loucura que loucura boa que delícia. ela voltou no carro dele, deram carona aos amigos, ela em dúvida se aceitaria o convite ou não, foi então que ele perguntou onde tu mora? e ela disse e ele a deixou em casa e ela ficou pensando que amor ele, porque foi um gesto de amor, de cuidado, porque ela iria onde ele a levasse, ela confiava, e depois disso só confiou mais. então dormiram tranqüilos com a certeza de que se veriam de novo, pelo menos mais uma vez. pelo menos mais um baile, mais uma dança, mais uma música, uma só que fosse. as surpresas do acaso da vida são a graça de viver ("a vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida"-vinícius), mas tem vezes em que não há nada melhor do que dormir com uma certeza. e se naquele primeiro encontro não teve noite toda ("no meio do fim tem i"), foi para reservar-lhes o prazes de mais uma noite/dia/noite/dia/noite...



Cinderela sem sapato


Tão difícil encontrar um sapato de festa do jeito que eu gosto em Porto Alegre, que pediria à minha fada-madrinha sapatinhos de cristal como os da Cinderela. E à meia-noite eu sairia correndo da festa, e o Fiesta viraria abóbora, e meu vestido romântico de princesinha viraria trapo, e talvez eu caísse dormida com os vira-latas à beira do Guaíba. Tudo por causa da maldita moda que dita que sapato de festa tem que ter bico de gnomo. Bico de gnomo é aquele que mais do que fino, é compriiido a ponto de ser impossível subir uma escadaria de frente, porque do salto até a ponta do bico não cabe um sapato inteiro em cada degrau. Então eu seria um duende, quem sabe a própria Sininho, e ao final do baile voaria de volta para a Terra-do-Nunca, onde eu seria eterna criança e subiria em árvores que não têm formigas em seus galhos. Na Terra-do-Nunca não há sapatos de bico fino, nem vestidos românticos, nem bailes. Pensando bem, prefiro a vida daqui, a mau dita moda esperando que eu dela desvie, o vestido de pêssego e chocolate da última hora, o sapato encontrado por acaso naquela loja onde entrei já sem esperanças, e os bailes, ah, os bailinhos! Que seria da graça da vida, não fossem eles?

segunda-feira, 9 de junho de 2008

O Beijo

Meu lado romântico tá super em alta. na cara, no blog, tá nas músicas que ando escutando. Taí. Com vocês, Marisa Monte. Com todo o romantismo e sensualidade que uma voz pode expressar.

::::::::::::

Seja eu!
Seja eu!
Deixa que eu seja eu
E aceita
O que seja seu
Então deita e aceita eu...

Molha eu!
Seca eu!
Deixa que eu seja o céu
E receba
O que seja seu
Anoiteça e amanheça eu...

Beija eu!
Beija eu!
Beija eu, me beija
Deixa
O que seja ser...

Então beba e receba
Meu corpo no seu
Corpo eu, no meu corpo
Deixa!
Eu me deixo
Anoiteça e amanheça...

sexta-feira, 6 de junho de 2008

sonho

às vezes acordo no meio da noite com um sussurro que depois mal lembro o que dizia, só lembro que me fez sorrir e que dormi bem melhor depois

EU.

Nunca durmo cedo. Às vezes deito determinada, esta noite vou dormir direito, acordar cedo amanhã e cumprir com todas as tarefas que eu me proponho em um dia. Quando tenho um compromisso importante de manhã, consigo levantar e nem fico com olheira, no máximo mau humor. Olheira eu tenho quando choro, como bem notaram minhas colegas mais atentas dia desses. Sou assim, transparente. Falo o que penso, perco oportunidades incríveis de ficar calada, sou estouradinha, sim, mas só com quem gosto. Às vezes tomo liberdades de uma intimidade que não tenho. Sou companheira. Sou parceira. Gosto de te ouvir, te escuto. Sou amiga. Me vinculo facilmente e sou do tipo que mantém os vínculos. Antes de morrer, a vó Sarinha me deixou a incumbência de manter a família unida. Às vezes falho, confesso. Não tenho medo de montanha-russa, nem de avião, nem de asa delta, nem de me jogar. Eu aposto. Se para viver algo muito muito bom existe o risco de viver o ruim na mesma intensidade, tudo bem, vamos lá, sem essa de se privar. Já basta passar a vida se privando de delícias hipercalóricas. Vez em quando faz bem chutar o balde, ignorar que amanhã é segunda-feira, atrasar a entrega de um trabalho, matar uma aula pra beber uma ceva no boteco da esquina. Pior que a culpa neurótica (e cristã) de quem se entrega aos prazeres da vida é a culpa aquela angustiante de quando não seguimos nosso Desejo, isso mesmo, com D maiúsculo. Mas eu ia dizendo que sou transparente. Verdade, não sei disfarçar, as máscaras não me servem, talvez por isso tenha deixado pra trás as cortinas e os palcos. Sabe quele jogos de carta, tipo detetive? Sempre me descobrem, não sou discreta. Coisa que nunca fui é misteriosa, quem me conhece sabe. Mistério é a imaginação de quem me vê de longe. Parece contraditório, mas sou tímida e extrovertida ao mesmo tempo. Não me chama de travada, se não tô dançando é porque a música não me agrada ou porque estou cansada. Sushi e foundue são representações culinárias do orgasmo. Gosto de campo praia serra lugares exóticos indiadas e extravagâncias, importa é se estou bem, ou com quem. Festa, festa é assim, depende muito das companhias, assim uma noite falhada pode ser a mais divertida e a melhor festa pode ser a mais chata. Tudo isso até agora e mais o monte que não falei, é vida-intensa. Acima de tudo, eu amo.
Pronto, falei. Esse blog tava precisando disso.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

de gares e aerogares

Mande notícias do mundo de lá
Diz quem fica
Me dê um abraço, venha me apertar
Tô chegando
Coisa que gosto é poder partir
Sem ter planos
Melhor ainda é poder voltar
Quando quero
Todos os dias é um vai-e-vem
A vida se repete na estação
Tem gente que chega pra ficar
Tem gente que vai pra nunca mais
Tem gente que vem e quer voltar
Tem gente que vai e quer ficar
Tem gente que veio só olhar
Tem gente a sorrir e a chorar
E assim, chegar e partir
São só dois lados
Da mesma viagem
O trem que chega
É o mesmo trem da partida
A hora do encontro
É também despedida
A plataforma dessa estação
É a vida desse meu lugar
É a vida desse meu lugar
É a vida
[Encontros e Despedidas - Milton Nascimento e Maria Rita]

domingo, 1 de junho de 2008

tenho sorte.
fazer da arte,
amar-te.

arteira




um sorriso contido e um olhar assustado entregam:

fez algo de muito, muito bom.

fez arte.
fiz um pouco de tudo
e de tão pouco nada

do que não teve restou mais
do que a culpa

chorei um tanto
gritei, agredi

não
não arrependo

escrevo de um tanto
um pouco

e em tão pouco
digo tanto

deixar o poema
pela metade

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