la vida no es una frutilla


sexta-feira, 20 de março de 2009

Sex and the city na vida real V - as mentiras que elas pedem (inspirada em relatos masculinos)

I.
- Que lindo teu apê! Estilo clean...
- Obrigado. Me mudei faz pouco.
- Ah, é?! Que legal! Então a gente... tu vai estrear comigo?
- Não, já estreei faz tempo, ih! muito antes de ficar pronto.
- ah. - caradecu.

Silêncio.

- Mas desde que me mudei tu é a primeira!
- Valeu. - caradecu.


II.
3h da manhã. Cama desarrumada, aquele momento pós-sexo do terceiro encontro. Aquele momento terceiro encontro. Na cama dele.

- Com quantas tu já transou?
- Oi?
- Com quantas tu já transou?
- Tu quer mesmo saber isso?
- Sim.
- Ãhn.. vinte e sete. Contigo, vinte e oito.

Silêncio. Caradecu.

- Pô, desculpa, mas tu que perguntou.

Caradecu.
Levanta e começa a se vestir.
Ele nunca vai entender. Talvez ela tenha achado muito. Talvez ela tenha achado simplesmente ridículo ele ter o número na ponta da língua. Talvez ela não tenha dado bola pra isso, mas tenha esperado um complemento do tipo "mas tu é a mais especial", ou "a melhor". Ele pensa que o problema tá no número, maldito 28.
He'll never know. Talvez jogue no bicho.



Por que que mulher tem mania de fazer esse tipo de pergunta?



quarta-feira, 18 de março de 2009

A vida é a arte do (re)encontro,
embora haja tanto desencontro
pela vida...
ou
Tu te tornas
(eternamente? ou infinito enquanto dure...?)
responsável por aquilo (ou aquele, ou aquela)
que cativas.
(sempre achei meio imperativa demais essa do Pequeno Príncipe... mas é isso mesmo, cativar é deixar marcas... o resto cabe aos encontros-reencontros-desencontros)

domingo, 15 de março de 2009

Pingos de Patagonia III






O acampamento de las Torres fica no parque Torres del Paine mas numa parte que é propriedade privada, e onde tem um spa, um hotel, um hostel e sei lá mais o que. É o acampamento mais campero de todos. O único onde é permitido fazer fogo, am alguns cantos. É cheio de cavalo e de vaca circulando. Delícia acordar de manhã com aquele barulho de pocotó pocotó passando na estradinha de chão próximo à barraca. (No último dia resisti e fiz uma cavalgada, com direito a galopar em carrera no final... tava com uma saudade!)

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A gente conheceu a Lavi no banheiro do hostel de El Chaltén, numa correria, e depois nos reencontramos e ficamos amigas dela e o Dado, seu esposo, em Torres del Paine, quando eles cozinhavam uma lentilha no quincho. (El quincho mereceria um post...)

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Enfim, os últimos dias de Chile foram na companhia deles, nossas fogueiras e fogos (tragos, vinhos e risadas para espantar o frio), os mates, refeições de tudo-o-que-sobrou. São gaúchos, mas moram em Copa. Mais um motivo pra eu voltar ao Rio...



SEMPRE parceiros pra uma ceva! DOS MEU!

!

quinta-feira, 12 de março de 2009

Sex and the city na vida real IV - Age of Aquarious

Depois da experiência frustrante com seu personal trainer - Paulão, o flanelinha -, ela investe no professor de yoga, que tem um corpão também mas faz o estilo sensível hippie natureza paz e amor essas coisas. Vem cá ver as estrelas, lua nova, diz ele, dá para observar melhor as constelações. Ela não entende porra nenhuma de constelação, mas acha o máximo que ele sempre saiba quando é lua nova ou lua cheia. Começam a fazer amor ali mesmo, à luz das estrelas, no colchonete que ele trouxe da índia. De repente, bem no meio do durante - que, tântrico, duravaduravaduravadurava e não terminava nunca -, ela avista uma barata quase subindo no colchonete, quase na altura do seu rosto.
I) ELA: dá um grito de susto, sem querer empurra ele pra fora do colchão, quebra todo o clima e ELE: Calma docinho é só uma baratinha, aqui em casa tem várias, elas não mordem, é da natureza... (no fundo puto da cara porque perdeu toda a concentração e brochou)
II) ELA: dá um grito, mas não se move, e ELE: pensa que ela gritou de prazer, etra na onda dela, grita também, esforça-se para demonstrar o máximo de prazer mas ELA: continua gritando, agora mais forte, porque a barata já encostou as anteninhas em sua pele, e ELE: isso, gata, como tu grita gostoso, que sexo selvagem, uaua, e ELA: finalmente diz A barata! e só então ELE: vê a barata, dá-lhe um peteleco pra longe, e os dois caem na gargalhada
III) ELA: não quer parecer fresca, afinal ele com sua cultura hindu não deve ter pânico de barata, pelo contrário, já deve ter comido baratinhas fritas na Tailandia, então ela fica quieta torcendo pra barata não vir, e disposta a dar um peteleco nela caso se aproxime muito ELE: cultura hindu que nada, barata é o bicho mais nojento do mundo, esquece o sexo tântrico e pára tudo pra sair correndo atrás da maldita, chinelo na mão. ELA: só pensa Desgraçado
IV) ELA: dá uma olhada de canto de olho e continua se concentrando no corpo do mestre de yoga, aquela escultura pesando sobre o corpo dela... ELE: como se nada estivesse acontecendo e sem interromper sua atividade tântrica, alcança o chinelo para matar a barata, e sorri para a moça com ar de satisfação, problema resolvido, não para, não desconcentra ELA: no depois, rindo, comenta sobre o episódio da barata. ELE: confessa que tinha visto a barata muito antes, quando ainda estava no muro, e ficou torcendo pra que ela não visse. ELA: com nojo de calçar o chinelo. ELE: cofessa que não conseguiu matar a barata...
...`o´...

quarta-feira, 11 de março de 2009

Pingos de Patagonia II

Nosso primeiro trekking de verdade, primeira experiência de acampamento na Patagônia, foi em El Chaltén. A caminho do fabuloso Fitz Roy, onde uma amiga minha jura ter visto um duende, lá fomos nós - a Cris, a barraca, nossas mochilas e nossos cajados - em direção ao "Campamento D'Agostini", em Cerro Torre, dormir a primeira noite. Levamos 5h para fazer a trilha de 3,5h.






Descobrimos, em algumas curvas, o poder do vento patagônico. É assim: tu levanta a perna pra pisar, e em vez de o teu pé cair na tua frente, cai pro lado e tu te desiquilibra, afinal, tem uma mochila gorda pesando no mínimo 12kg pendurada nas tuas costas. Também nessa trilha, vimos uma lebre correndo saltitante, e nos emocionamos com nossa proximidade da natureza, objetivo principal da viagem.




Na metade da trilha, começou a chover. E em menos de 1h caminhando dentro das nossas capas de chuva de dé real, descobrimos que elas custaram tão barato porque são descartáveis. Mais adiante, dedicaríamos a elas um clássico samba:


"...com você eu vivo a sofrer

mas sem você

vou sofrer muto mais..."


Finalmente chegamos ao camping. Abaixo de chuva. Começava a escurecer. A Cris desabafa aos berros:


"EU ODEIO CHUVAAAA!! ODEIO ACAMPAR COM CHUVA!!!"


Descobrimos que na nossa barraca entrava água. E fazia frio.




O que nos salvou foi que, entre as pouquíssimas barracas que estavam armadas ali, havia uma de onde vinha uma música, uns acordes de violão, e decidimos ficar por perto. Pois o dono de la guitarra sensibilizou-se com o desabafo da Cris, nos ofereceu ajuda, foi o primeiro entre tantos a rir do tamanho da nossa barraca enorme, mas também o primeiro a aproveitar-se disso, e foi assim que conhecemos Matias e Lucas, irmãos, portenhos, buena onda, que nos ensinaram que não necessariamente a barraca pega fogo se acender o fagareiro dentro dela, o que mudou a nossa vida, e nesse dia cozinhamos dentro da barraca, conversamos e cantamos até tarde, até que foi cada um pra sua barraca dormir e eu e a Cris descobrimos que já não entrava mais água na nossa carpa, mesmo com muita chuva, e que nossos sacos de dormir deveriam ser mais quentes, e que um vinhozinho faz muita falta hora dessas.




Matias

Lucas


O dia seguinte amanheceu chovendo. Eu tinha a nítida sensação de que aquela massa nebulosa estava presa naquele vale e que nunca mais iria parar. Nos levantamos tarde, não que estivesse gostoooso dentro do saco de dormir, mas faltava coragem para sair. Lá pelas 14h, decidimos voltar pro pueblito de El Chaltén e dormir no quentinho do hostel, e azar o do Fitz Roy porque com esse clima não ia dar pra enxergar pico nenhum mesmo. Por sorte a chuva deu uma trégua bem na hora em que desarmamos a barraca, e foi assim que aproveitamos cada cantinho do pueblito, sua cervejaria artesanal, sua padaria e confeitaria, seu super hostel Rancho Grande e a multidão de europeus, australianos e argentinos que o habitavam temporariamente.




LADE - Líneas Aereas Del Estado

A maneira mais barata de voar pela Argentina é... de LADE. Pelo menos para estrangeiros, porque as Aerolineas Argentinas cobram o dobro do preço para estrangeiros. Então eu e a Cris compramos nossas passagens: Buenos Aires-Ushuaia-El Calafate. Ushuaia só pra conexão, não tínhamos tempo para conhecer a cidade. E o preço era o mesmo até aí ou seguindo até Calafate. Todo muy lindo, descubrimos que tinha uma escala em Puerto Madryn, tiramos muitas fotos aéreas, nos servirama até champanhe no avião.





Chegando ao aeroporto de Ushuaia, que é uma gracinha, morremos de frio só de dar aquela caminhadinha do avião até a sala de embarque/desembarque (ninguém achou que a LADE teria finger, né? E todo mundo sabe que finger é aquele tunel que liga o avião ao aeroporto, né?). Já nesse aeroporto uma confusão, um comissário nos mandou subir uma escada que tinha um sinal de proibido, e entramos na sala de trânsito pela contramão. Ficamos superatentas, nosso vôo atrasou um pouquinho, mas em seguida tudo se resolveu e lá fomos nós, caminhar até a aeronave que nos levaria a El Calafate. Quando a Cris avista o aviãozinho de élice, PAVOR. O equipamento que um dia serviu às Forças Aéreas Argentinas devia ter uns 70 anos de idade, bem como seu comissário de bordo. Por sorte, não vimos a cara do piloto.


Entrando no aviãozinho, que já tinha seus 32 lugares quase lotados, tive que ficar nos primeiros bancos, ou seja, de frente pra todo mundo. Viaje de ré. E sem mesinha. Antes de decolar, nada de instruções de segurança: nossa aeronave não dispunha de máscaras de oxigêncio nem colete salva-vidas. Serviram alfajor e café, e as pessoas à minha frente sensibilizaram-se, deixa que eu seguro teu café enquanto tu abre o alfajor, por favor segura meu alfajor enquanto eu adoço o meu café. Thank you (só tem gringo indo pra Patagônia).




A viagem foi aparentemente longa e barulhenta. Não obstante, consegui dormir um pouquinho. A Cris se hipnotizou com um livro para não pensar no que seria aquela tremedeira toda. O melhor momento foi a preparação para o pouso, quando o comissário de bordo vai conferir pela janelinha se as rodas do avião (que no caso do nosso Fokker ficava sob as asas) obedeceram ao comando do piloto.


Finalmente, chegamos a El Calafate! Sãs e salvas. Nesse aeroporto pequenino ao lado desse lago verde-azulado lindo na fotinho acima. E eu só contaria pra minha mãe sobre esse aviãozinho no final da viagem, quando se Deus quisesse chegasse viva a Buenos Aires. Bueno, acá estoy. E recomendo a LADE. Lá na Patagonia, me disseram até que os aviõezinhos de élice são mais seguros do que os outros. Se bem que na volta... Ah, a volta é outra história.


quarta-feira, 4 de março de 2009

Diego. Maradona.

Não tem como um brasileiro entender a relação que os argentinos têm com o Maradona. Não tem nada a ver com a nossa relação com o Pelé ou o Ronaldo gordo. Em tese, metade dos argentinos AMA o Maradona, e a outra metade o ODEIA. Lá na Patagônia, eu e a Cris conhecemos um desses argentinos apaixonados pela figura (sim, o Maradona é uma figura, uma personagem, muito além de jogador de futebol, dependente químico ou treinador da seleção). Nosso amigo Andres parece ser uma pessoa razoável, um argentino de classe média, curso superior completo, beirando os 40 anos de idade, é parte dos 80% dos patagãos que trabalham com turismo. Os outros 20, produzem ovelhas para servir o famoso cordeiro patagónico que é delicioso e macio e com pouca gordura mas muito sabor. Então, o andres nos dizia, muito seriamente, sem nenhum tom de ironia ou humor, que o Diego é uma dessas pessoas que nascem tocadas por Deus. Literalmente, por la mano de Dios. Ele é uma pessoa especial espiritualmente, ele nasceu abençoado! Se se meteu nas drogas, foi para integrar um meio onde isso era necessário, ele fez o que qualquer pobre como ele teria feito no lugar dele. O que faz de Maradona um ser tão especial e vencedor não é treino ou técnica no futebol, nem carisma, mas simplesmente o fato de que ele é uma figura divina, nasceu tocado por Deus, um Escolhido. Então tá. Não deu nem pra fazer piada, eu e a Cris rindo por dentro, mas seguimos escutando com a de seriedade. Eu é que não ia contestar tamanho fanatismo.

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