la vida no es una frutilla


domingo, 31 de maio de 2009

ondas no celular

tava mexendo no celular essas dias, e encontrei anotados os seguintes versos, que não sei se escutei/li em algum lugar ou se inventei:

"
leve vem a onda leve
que se estende
a adormecer
.
breve vem a onda
breve
que nos ensina a esquecer
.
(tampouco sei por que os anotei)

mais tarde - marcelo camelo

"
pode ser até do corpo se entregar mais tarde
parece simples mas a gente às vezes é
e o amor é lindo deixo tudo que quiser eu não me queixo em ser
acho normal ver a vida feito faz o mar num grão de areia
é de se entregar a sorte e todo mundo vai saber em ver
que o vai e vem pode ser eterno
pra ver quem manda acho que não vai dar tô cansado demais
vou ver a vida a pé
acho normal tá no mundo feito faz o mar num grão de areia
"
E se eu quiser tomar café da manhã às 11h, e depois às 15h de novo?
E se eu quiser dormir das 17h às 19h, e às 3h também?
E se eu quiser ver televisão sem ver programa nenhum?
E se eu quiser limpar a geladeira à meia-noite?
E tomar um vinho na taça de cristal, e cerveja no copo de boteco?
E se eu quiser tomar aquela sopa agora, e depois também?
E se eu não fizer nada disso, porque esqueci o que é mesmo que vim fazer aqui?
E se eu quiser ler de noite, e dormir de manhã, e almoçar de tarde, e sair de noite, e voltar tarde?
E se eu quiser lavar roupa às 2h, e pendurar a roupa no varal às 11h?
E se eu quiser ir ao supermercado domingo, comprar pão novo na padaria e passar o resto do dia em casa?
E se eu quiser deixar pra depois?
E se eu quiser deixar pra um pouquinho depois de depois?
E eu posso te ligar agora?
E posso mentir que não estou?
E se eu quiser ficar... só mais um pouquinho?
E se eu quiser ficar só... mais um pouquinho?
E se eu quiser... ficar só mais... um pouquinho?
E se eu...?
E se...?
E?
E daí?
!

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Sex and the city na vida real VII - o telefone toca depois de um tempão

Alô

...

Sim, sou eu

...

Como?

...

Ah, você? ...como você me descobriu aqui?

...

Ah.

...

Pois é, tô por aí ainda.

...

É, eu sei, eu tinha dito que ia embora, mas voltei.

...

Pois é, muito bom.

...

Amanhã? Não, amanhã eu não posso.

...

No fim de semana também não, vou viajar.

...

Não, semana que vem nenhum dia.

...

Te evitando? Não, imagina!

...

É, foi legal sim.

...

É, era bom...

...

Apaixonou?

...

Hm.

...

Ai, olha só, sinceramente, pois é, agora que você apaixonou, eu não quero mais. Desculpa, eu também queria querer, mas sabe como é, perdeu a graça, tô afim de alguém que não se apaixonou ainda e...

...

Não, não tô com ninguém.

...

Ah, sim, eu tô afim de outra pessoa agora.

...

Desculpa, eu sempre acho que a sinceridade é a melhor saída mas.

...

Então tá, a gente se vê por aí.

...

Tá, beijo.

...

Tchau.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

El invierno

Os primeiros sinais da chegada do inverno são as vitrines - enlouquecedoras - com suas botas, casacos, capas, saias, mantas, echarpes. As cores do inverno, embora sempre guardem alguma sobriedade, não são menos encantadoras do que as de verão.


A primeira coisa que as mulheres tiram do armário quando começa a esfriar são as botas. Como mulher gosta de andar de bota de cano alto! Botas de salto, botas que fazem aquele toctoc cada vez que ela pisa. Botas por cima da calça, é a moda de agora, mas para mim nada supera a bota com saia. Aliás, de saias mi Buenos Aires querida sempre entendeu, mas maldita a moda das leggings com camisão. Por outro lado, bendita a moda das camisas xadrez. Elas estão por tudo, desde o verão, para minha alegria e desespero do meu bolso.


Mas a moda do inverno não é só para as mulheres... também os cachorros aparecem com suas roupinhas de lã e suas capas de chuva pelas ruas.

Em geral, o frio daqui é ensolarado ou nublado. Os dias de sol não poupam a cara de um vento gelado e úmido, que dá dor de cabeça, e é por isso que outro sinal da chegada do inverno são os gorros. Um dos acessórios que mais comprei e mais me impulsionam aqui são "las gorras", boinas, bonés, chapéus... todos lindos e divertidos.
No bairro, o melhor sinal de inverno é o cheirinho de lenha... As lareiras das casas vizinhas com seu foguinho, que delícia! E nós aqui, com a lareira do Rei Arthur bombando no apê da dona Lila.






segunda-feira, 25 de maio de 2009

O bebê mais lindo do mundo


Roubei. Sou tia, ora bolas. e madrinha. tenho todo o direito. tá aqui ele, pé sujo de areia no rio de janeiro. FOFOOOOOOOO

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Os 84 músculos que desenham tuas costas. As 5 tatuagens emolduradas pelo teu corpo. 46 músculos só no abdomen. 1 umbigo estrategicamente localizado logo acima do. O elástico Calvin Klein que teu jeans caído supostamente queria esconder. 5 dedos em cada mão e as tuas 2 mãos na minha cintura. 30min de massagem. 8kg cada um de teus braços dormindo de conchinha. 1/2kg de erva-mate por semana. 6 gotas daquele perfume cítrico ou. Teu corpo transpirando. 21ºC a temperatura ideal. 395 músicas no teu ipod. Os 84 músculos das tuas costas. 22 em cada ombro. 2 bocas, 1 beijo. 4 pernas enroscadas. 2l de água por dia. 20min água quente no chuveiro. Apenas 6h de sono. Os 46 músculos que guardam teu abdomen. Aquele músculo involuntário que pulsa. 130 batimentos por minuto.

terça-feira, 19 de maio de 2009

TIGRE - uma lenda que já era

Elas chegaram a Buenos Aires em pleno inverno. Instalaram-se em certas instituições psi, uma a uma, e logo mudaram-se de mala e cuia para Palermo Soho. Estudavam ali, trabalharam ali, fizeram suas festas e suas compras ali. Receberam amigos e parentes brasileiros ali, mostrando-lhes as maravilhas do seu bairro cool, com suas feiras de diseño, suas cervejas levemente frias servidas em jarra, suas pizzas grandes e empanadas. Começaram a conviver com porteños, e a horrorizá-los com sua alienação palermitana. Não que elas não tivessem recorrido outros bairros, a Recoleta, La Boca, San Telmo, alguma aventura no Once a visitar algum prédio da UBA. Todos insistiam que elas tinham que ir a Tigre. Elas tinham que sair daquele circuito Alto Palermo-Bosques-Villa Freud e ir conhecer a grande Buenos Aires, as cidadezinhas afastadas. Alguém falou em La Plata, uns poucos disseram Mar del Plata, mas todos as mandaram conhecer o Tigre. Vieram os primeiros dias de calor primaveril e elas se programaram para ir a Tigre no domingo. Encontrariam outras amigas na estação de trem Retiro e dali tomariam o trem a Tigre.


Tigre é uma cidadezinha ao norte de Buenos Aires onde alguns rios se encontram num delta, e as pessoas passeiam de barco por entre as ilhas, nas quais há paraderos, clubes, restaurantes, pousadas. Na própria cidade, há um museu de belas artes que um dia foi hotel - um destino comum para lua-de-mel -, um antigo puerto de frutos que hoje é mercado de móveis de madeira e taquara, e muitas lojas de móveis por todos os lados. Tem também o parque de la costa, que consiste em um imenso parque de diversões para crianças e adultos.


Naquele domingo, apesar do sol ter brilhado sábado, o dia amanheceu cinza e chuvoso. Mixou o passeio delas. Combinaram para o domingo seguinte, mas choveu a semana inteira. Frustradas, deixaram de programar tal visita ao Tigre por algumas semanas, até que o calor foi se firmando, com a aproximação do verão. No próximo domingo vamos a Tigre! Informaram-se, procuraram fotos na internet, descobriram tudo o que se podia fazer em Tigre. Mas no sábado resolveram ir a uma festa e o domingo foi de ressaca. Não teve despertador que as tirasse da cama antes do meio dia, e aí já ficava tarde. Novembro e dezembro foram meses de muito trabalho e muitas visitas, ficou difícil organizar o passeio, mas chegaram a programar um domingo no Tigre, só que choveu. De novo.


Voltaram ao seu país para as festas de Natal e Ano Novo, mudaram de endereço provisoriamente em Buenos Aires durante as férias de verão, algumas conheceram a Patagonia, outra viajou a Mar del Plata num feriadão, mas nada de Tigre. Fizeram mais amigos, pelo menos dois que as convidaram a passear de lancha no Tigre qualquer hora dessas, e a proposta foi ficando tentadora. Os amigos demoraram a concretizar o convite, elas se programaram para ir lá sem eles, mas de novo acordaram de ressaca às 12h de domingo e o céu estava cinza. O Tigre virava lenda, elas já temiam que o simples pronunciar essa palavra já significasse chuva no domingo.

Até que, finalmente, elas foram. O amigo que tinha a lancha convidou, confirmou, telefonou no domingo de manhã apesar de algum friozinho (o outono não foi generoso com a temperatura) e de alguma nuvem, e as buscaram de carro, poupando o tempo do (des)encontro na estação de trem. Conheceram o puerto de frutos, comeram uma picada de frios e pan de campo, tomaram mate à beira de um canal, e foram buscar a lancha num canal mais afastado do centro. Chegando lá, contentes com o sol que vencia as nuvens, uma surpresa: a água do canal estava tão baixa, mas tão baixa, que não dava para botar a lancha na água. Não deu para passear pelo delta. O amigo anfitrião ficou frustradíssimo, que nunca tinha acontecido isso com ele, mas elas só acharam a coisa mais normal do mundo: Che, já chegamos até aqui finalmente, e sem chuva, alguma coisa tinha que dar errado! No final do dia, depois de duas térmicas de mate e um sorvete caseiro, apressaram a volta abaixo de chuva e engarrafamento. Como não podia deixar de ser.


O saldo do passeio foi positivo, foi divertidíssimo, e ainda ficou com gostinho de quero-mais.

Seguem fotossssss:






os amigos


o canal


a seca



canal principal



elas, nos jardins do museu












terça-feira, 12 de maio de 2009

Nombres populares en Argentina y sus traducciones. Les agregué historias posibles

Dolores.
Sua mãe sentiu muita dor no parto, então batizou a filha de Dores.
-
Milagros.
Os pais já tinham desistido de tentar ter filhos, quando por milagre a mãe engravidou. A gestação e o parto foram complicados, e à bebê sobrevivente deram o nome de Milagres.
-
Soledad.
Destinada a ser filha única, de pais que tampouco tinham irmãos, Solidão veio ao mundo para ser só. Analisou-se e teve uma vida alegre, fez muitos amigos que a apelidaram de Sol, e mudou seu destino tão só por uma vida iluminada cheia de alegrias.
-

Cantadas porteñas III

1.
O cara passa por trás da cadeira dela no bar e fala no ouvido dela, mas de forma que toda mesa escuta:

- Bravo!

2.
Propostas de casamento pela janela do carro.

.
.
.
enquanto isso, do alto de alguma obra no rio de janeiro, alguém grita pra moça bonita de mini-saia que passou rebolando:

- você não usa calcinha, usa porta-jóia!

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