la vida no es una frutilla


quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Ando sendo psicóloga em outros lugares...Ando sendo menos cóloga.O psi me habita.Mas esse tal lugar de suposto saber tá um pouco desconfortável.Tão bom circular pela ignorancia.Tanto o que aprender.Um paciente me perguntou se eu sabia o que eram alucinações auditivas-não tava interessado se já li a respeito ou-se já escutei relatos-queria saber se eu SABIA o que era, se eu já vivi isso.Eu não sei tanta coisa...As mulheres chegam ao consultório e perguntam se a terapeuta é mãe.Ora, só quem é mãe sabe como é ser mãe!Esse tal lugar de suposto saber...Tão estranho quanto a poltroninha atrás do divã.Tenho circulado pela sarjeta-colhendo saberes pelo meiofio.Tenho compartilhado mais momentos.Ando sorrindo demais?Ando falando demais?Em 2011 quero aprender humildade para aprender mais vida.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

se eu deixo tudo pra última

hora

é porque gosto da adrenalina

de deixar tudo pra última hora

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Invisível

quantas vezes voce passou por mim eu te sorri te dei bom dia mas voce seguiu seu caminho sem me ver. algumas vezes cruzei na tua frente te segui te esperei passar mas voce desviou o caminho apressou o passo nem olhou pra trás. voce passa reto pelo meu sorriso. voce corre tanto na minha presença que só sei que voce já passou quando sinto o rastro do seu perfume. voce nem sente meu cheiro mas confunde com estrume. voce nunca olhou nos meus olhos anda sempre protegendo seus olhos com enormes lentes escuras porque o sol da manhã é muito claro porque o sol do entardecer vem na sua cara porque sem os óculos voce terá que me encarar. por que voce tem medo de me olhar? um dia eu vou te surpreender voce vai ver vou dar um susto em voce. eu te observo com interesse conheço cada gesto seu sei exatamente quando voce vai pegar um cigarro quando vai atender o celular ou quando vai ligar para alguem. sei quando voce está triste e quando está feliz. sei quando voce está com pressa e no início eu achava que era a sua pressa que não te deixava me ver. mas o tempo me mostrou que voce nao me olha porque nao quer. voce pensa que nao existo voce preferia que eu nao existisse. e perceber isso me deixou com muita raiva me fez pensar que talvez seja melhor voce deixar de existir tambem. mas nao seria a mesma coisa porque voce continuaria existindo em mim. as vezes penso que a soluçao é eu deixar de existir. será que voce notaria minha ausencia?

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

escassez de anões

Época de Natal é sempre uma correria em quase todos os setores do comércio. Produtos em falta em todas as prateleiras dos supermercados (não só de perus e panetones o povo vive em dezembro), os brinquedos da moda todos em falta, os brinquedos clássicos esgotados, as flores e os pinheiros das floriculturas vendendo mais do que na primavera.

Eu tenho um grupo enorme de amigos, formado pela soma de vários pequenos grupos, que se puxam ano após ano na organização de uma grande festa de fim de ano. A gente se vê o ano inteiro, mas a grande festa tem que ser em dezembro que é para competir com os outros eventos, que é para mostrar aos familiares, colegas de trabalho, sogros e sogras de todos, que esses amigos são os melhores, que nossas festas são imperdíveis, que para este evento não suspiramos nem temos dúvida na hora de esoclher. E este ano, além de incumbir as pessoas de formarem duplas para cozinharem delícias salgadas e doces, ainda propusemos uma temática para a festa, onde cada um deveria caracterizar-se como um personagem do cinema. Ou seja, uma festa gastronomica E temática E à fantasia E de fim de ano. Eu não sei cozinhar, logo, escolhi uma grande cozinheira para ser minha dupla. Longe de facilitar minha vida, ela me botou a trabalhar duro, com a mão na massa literalmente, prometendo o benefício de que após essa experiencia, eu seria uma pessoa capaz de fabricar sua própria cheese cake. Eu amo chesse cake, acho até que aprendi a fazer, mas foi uma correria. Em relação à minha personagem de cinema, precisei de ajuda para decidir. Não sou cinéfila, tenho péssima memória para essas coisas, e ando tão envolvida em outras coisas que não tinha inspiração.

Tenho a sorte de ter um amigo muito especial, que só me faz rir e ver o Gremio ganhar, e não me convida para eventos no fim do ano, o qual decidiu em poucos segundos que eu seria Amélie Poulain. Barbada! O figurino não poderia ser mais simples, a peruca chanel preta é das mais fáceis de encontrar, e para complementar bastaria um anão de jardim! Simples, bastava encontrar o anão de jardim que viajaria o mundo com Amélie, aparecendo nas fotos que seu pai receberia como postais. Coisa mais fácil, encontrar um anão de jardim. Certo?

Errado. Eu percorri todo o centro de PortoAlegre, o Mercado Público, a agropecuária da Voluntários, as lojas de enfeites para festas, mas não encontrei NADA. Fui abduzida pela multidão frenética do centro de Porto Alegre no primeiro sábado de dezembro pós-salário, um calor infernal, aquela umidade grudenta, o suor escorrendo pelo corpo com a viscosidade da poluição. Fiz compras natalinas, obviamente. Mas nada do anão de jardim. Os vendedores me miravam desolados, "já vendi todos os anões de jardim que tinha, estou aguardando receber mais até o final do ano". Alguns me deixaram com a sensação de que a esta altura do ano é tolice eu achar que encontrarei anões de jardim, ora, todos sabem que os anões de jardim são o produto mais procurado nesta época do ano... Mas eu não desisti. Na 3ª floricultura do bairro Bonfim em que perguntei, uma vendedora me puxou para o canto e sussurrou, "tem uma floricultura grande lá na zona sul, assim assim, que é quem distribui os anões de jardim em Porto Alegre, todos nós compramos dele lá. Mas corre que vai fechar!". Quase 18h e me mandei pra zona sul procurar a tal floricultura. Chegando lá, portas e grades fechadas, um lugar meio maloca, e dois caras empilhando tijolo na construção ao lado. Perguntei a eles se não haveria ninguém da floricultura por ali, era urgente. O dono da floricultura aparentemente fechou seu negócio devido à falta de anões de jardim no mercado. Me atendeu sem abrir a porta, exceto quando veio me mostrar o que lhe restava: um Papai Noel gordinho, 40cm de altura, de cócoras. Definitivamente, o amiguinho de Amélie Poulain não se parece com um Papai Noel sentado. "50 pilas, te faço por 45", insistiu o floricultor falido. Infelizmente, não pude ajudá-lo. Desesperada, liguei para meu irmão jornalista, compartilhei meu drama com ele, a insuficiencia dos anões de jardim para atender à demanda do mercado porto-alegrense é matéria de extrema relevancia!

Exausta, ao chegar em casa, fui dormir, deprimida. Eu tinha a ideia, a cheese cake, a peruca e a roupa de Amélie, mas faltava o anão. Meu querido amigo consultor foi quase um AT, esteve me apoiando todo o tempo, mas não me permitiu comprar um joão-bobo no lugar do anão de jardim, nem conseguiu contratar um pequeno amigo seu para me acompanhar na festa. Não fosse o compromisso com a amiga que me ensinou a fazer a cheese cake e o carinho que tenho pelos meus amigos, eu teria ficado dormindo a noite inteira, sem comparecer à festa. Não tinha a mínima vontade de ir sem meu anão, senti-me humilhada, sabendo que meus amigos estariam muito perfeitamente produzidos conforme suas muito boas ideias. Foi quando, ao acordar, recebi um recado de meu irmão: ele tinha encontrado um anão paramim, porém um anão que media uma polegada, bem menor do que o anão de jardim de Amélie. Mas, era preferível levar um mini-anão a chegar na festa sem companheiro.

Porteiro me vê saindo do elevador de peruca e entrando no taxi. A cara dele tentando entender o que estava tão diferente em mim, impagável. Porteiro do prédio do meu irmão me alcançando o anão:
Eu, sem descer do taxi - Boa noite. Meu irmão deixou meu amiguinho contigo?
Porteiro, tirando o anão de dentro da sacola - É bem amiguinho mesmo... tão pequenino! - sorriso infantil no rosto, impagável; foi certo o melhor momento da noite de trabalho dele.
Munida de anão, chesse cake e peruca, ainda desci numa loja de conveniencias para comprar gelo.Posto lotado, faz de conta que ninguém me olhava.

Eu teria ofertado uns 20 reais a quem quisesse me alugar o seu anão de jardim, mas infelizmente não passei em frente a nenhum jardim que tivesse anões dando sopa. Mas deu tudo certo, valeu a pena o esforço, achei interessantíssima a descoberta do mundo dos anões de jardim porto-alegrenses. Só fico chateada com os amigos que pensaram que eu era Branca deNeve.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

00:36h

Maria Apenas diz:
hehehe
eu penso mto nisso
brincar a vida
experimentar
se permitir
derrubar barreiras
ir até o limite
empurrar o limite para um pouquinho mais longe
puxar o limite para mais perto

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