la vida no es una frutilla


sábado, 19 de maio de 2012

súplica

por favor

me esquece.
não me liga mais
não me escreve mais
nem uma palavra

se eu já não me achava
é no teu olhar sagaz
que perco minhas defesas

e em respeito à minha tristeza
por favor me poupa
do teu calor
de todo amor
de toda dor

se quando eu me for
quiseres me acompanhar
não precisa dizer nada
tua presença dirá mais
do que qualquer palavra
qualquer gesto
qualquer beijo

mas eu insisto
por favor não beija
minha boca com teus doces lábios
tua boca uma tentadora armadilha
minha língua ingênua presa
por favor não beija
se for para me deixar

nunca mais

nunca mais.

(assina este poema um coração partido. reconstituído em mil pedaços delicadamente colados. um coração reconstruído e vacinado. temerário de todo e qualquer argumento que amoleça suas pré-ocupações e seus pré-conceitos cristalizados. assina este poema um corpo à beira do abismo. um coração adormecido para a vida. encerra este post uma vida esperançosa de reencontrar nos restos de suas palavras uma intensidade outra. nova. assina este post um grande ponto de interrogação.)


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