la vida no es una frutilla


quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Ando sendo psicóloga em outros lugares...Ando sendo menos cóloga.O psi me habita.Mas esse tal lugar de suposto saber tá um pouco desconfortável.Tão bom circular pela ignorancia.Tanto o que aprender.Um paciente me perguntou se eu sabia o que eram alucinações auditivas-não tava interessado se já li a respeito ou-se já escutei relatos-queria saber se eu SABIA o que era, se eu já vivi isso.Eu não sei tanta coisa...As mulheres chegam ao consultório e perguntam se a terapeuta é mãe.Ora, só quem é mãe sabe como é ser mãe!Esse tal lugar de suposto saber...Tão estranho quanto a poltroninha atrás do divã.Tenho circulado pela sarjeta-colhendo saberes pelo meiofio.Tenho compartilhado mais momentos.Ando sorrindo demais?Ando falando demais?Em 2011 quero aprender humildade para aprender mais vida.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

se eu deixo tudo pra última

hora

é porque gosto da adrenalina

de deixar tudo pra última hora

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Invisível

quantas vezes voce passou por mim eu te sorri te dei bom dia mas voce seguiu seu caminho sem me ver. algumas vezes cruzei na tua frente te segui te esperei passar mas voce desviou o caminho apressou o passo nem olhou pra trás. voce passa reto pelo meu sorriso. voce corre tanto na minha presença que só sei que voce já passou quando sinto o rastro do seu perfume. voce nem sente meu cheiro mas confunde com estrume. voce nunca olhou nos meus olhos anda sempre protegendo seus olhos com enormes lentes escuras porque o sol da manhã é muito claro porque o sol do entardecer vem na sua cara porque sem os óculos voce terá que me encarar. por que voce tem medo de me olhar? um dia eu vou te surpreender voce vai ver vou dar um susto em voce. eu te observo com interesse conheço cada gesto seu sei exatamente quando voce vai pegar um cigarro quando vai atender o celular ou quando vai ligar para alguem. sei quando voce está triste e quando está feliz. sei quando voce está com pressa e no início eu achava que era a sua pressa que não te deixava me ver. mas o tempo me mostrou que voce nao me olha porque nao quer. voce pensa que nao existo voce preferia que eu nao existisse. e perceber isso me deixou com muita raiva me fez pensar que talvez seja melhor voce deixar de existir tambem. mas nao seria a mesma coisa porque voce continuaria existindo em mim. as vezes penso que a soluçao é eu deixar de existir. será que voce notaria minha ausencia?

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

escassez de anões

Época de Natal é sempre uma correria em quase todos os setores do comércio. Produtos em falta em todas as prateleiras dos supermercados (não só de perus e panetones o povo vive em dezembro), os brinquedos da moda todos em falta, os brinquedos clássicos esgotados, as flores e os pinheiros das floriculturas vendendo mais do que na primavera.

Eu tenho um grupo enorme de amigos, formado pela soma de vários pequenos grupos, que se puxam ano após ano na organização de uma grande festa de fim de ano. A gente se vê o ano inteiro, mas a grande festa tem que ser em dezembro que é para competir com os outros eventos, que é para mostrar aos familiares, colegas de trabalho, sogros e sogras de todos, que esses amigos são os melhores, que nossas festas são imperdíveis, que para este evento não suspiramos nem temos dúvida na hora de esoclher. E este ano, além de incumbir as pessoas de formarem duplas para cozinharem delícias salgadas e doces, ainda propusemos uma temática para a festa, onde cada um deveria caracterizar-se como um personagem do cinema. Ou seja, uma festa gastronomica E temática E à fantasia E de fim de ano. Eu não sei cozinhar, logo, escolhi uma grande cozinheira para ser minha dupla. Longe de facilitar minha vida, ela me botou a trabalhar duro, com a mão na massa literalmente, prometendo o benefício de que após essa experiencia, eu seria uma pessoa capaz de fabricar sua própria cheese cake. Eu amo chesse cake, acho até que aprendi a fazer, mas foi uma correria. Em relação à minha personagem de cinema, precisei de ajuda para decidir. Não sou cinéfila, tenho péssima memória para essas coisas, e ando tão envolvida em outras coisas que não tinha inspiração.

Tenho a sorte de ter um amigo muito especial, que só me faz rir e ver o Gremio ganhar, e não me convida para eventos no fim do ano, o qual decidiu em poucos segundos que eu seria Amélie Poulain. Barbada! O figurino não poderia ser mais simples, a peruca chanel preta é das mais fáceis de encontrar, e para complementar bastaria um anão de jardim! Simples, bastava encontrar o anão de jardim que viajaria o mundo com Amélie, aparecendo nas fotos que seu pai receberia como postais. Coisa mais fácil, encontrar um anão de jardim. Certo?

Errado. Eu percorri todo o centro de PortoAlegre, o Mercado Público, a agropecuária da Voluntários, as lojas de enfeites para festas, mas não encontrei NADA. Fui abduzida pela multidão frenética do centro de Porto Alegre no primeiro sábado de dezembro pós-salário, um calor infernal, aquela umidade grudenta, o suor escorrendo pelo corpo com a viscosidade da poluição. Fiz compras natalinas, obviamente. Mas nada do anão de jardim. Os vendedores me miravam desolados, "já vendi todos os anões de jardim que tinha, estou aguardando receber mais até o final do ano". Alguns me deixaram com a sensação de que a esta altura do ano é tolice eu achar que encontrarei anões de jardim, ora, todos sabem que os anões de jardim são o produto mais procurado nesta época do ano... Mas eu não desisti. Na 3ª floricultura do bairro Bonfim em que perguntei, uma vendedora me puxou para o canto e sussurrou, "tem uma floricultura grande lá na zona sul, assim assim, que é quem distribui os anões de jardim em Porto Alegre, todos nós compramos dele lá. Mas corre que vai fechar!". Quase 18h e me mandei pra zona sul procurar a tal floricultura. Chegando lá, portas e grades fechadas, um lugar meio maloca, e dois caras empilhando tijolo na construção ao lado. Perguntei a eles se não haveria ninguém da floricultura por ali, era urgente. O dono da floricultura aparentemente fechou seu negócio devido à falta de anões de jardim no mercado. Me atendeu sem abrir a porta, exceto quando veio me mostrar o que lhe restava: um Papai Noel gordinho, 40cm de altura, de cócoras. Definitivamente, o amiguinho de Amélie Poulain não se parece com um Papai Noel sentado. "50 pilas, te faço por 45", insistiu o floricultor falido. Infelizmente, não pude ajudá-lo. Desesperada, liguei para meu irmão jornalista, compartilhei meu drama com ele, a insuficiencia dos anões de jardim para atender à demanda do mercado porto-alegrense é matéria de extrema relevancia!

Exausta, ao chegar em casa, fui dormir, deprimida. Eu tinha a ideia, a cheese cake, a peruca e a roupa de Amélie, mas faltava o anão. Meu querido amigo consultor foi quase um AT, esteve me apoiando todo o tempo, mas não me permitiu comprar um joão-bobo no lugar do anão de jardim, nem conseguiu contratar um pequeno amigo seu para me acompanhar na festa. Não fosse o compromisso com a amiga que me ensinou a fazer a cheese cake e o carinho que tenho pelos meus amigos, eu teria ficado dormindo a noite inteira, sem comparecer à festa. Não tinha a mínima vontade de ir sem meu anão, senti-me humilhada, sabendo que meus amigos estariam muito perfeitamente produzidos conforme suas muito boas ideias. Foi quando, ao acordar, recebi um recado de meu irmão: ele tinha encontrado um anão paramim, porém um anão que media uma polegada, bem menor do que o anão de jardim de Amélie. Mas, era preferível levar um mini-anão a chegar na festa sem companheiro.

Porteiro me vê saindo do elevador de peruca e entrando no taxi. A cara dele tentando entender o que estava tão diferente em mim, impagável. Porteiro do prédio do meu irmão me alcançando o anão:
Eu, sem descer do taxi - Boa noite. Meu irmão deixou meu amiguinho contigo?
Porteiro, tirando o anão de dentro da sacola - É bem amiguinho mesmo... tão pequenino! - sorriso infantil no rosto, impagável; foi certo o melhor momento da noite de trabalho dele.
Munida de anão, chesse cake e peruca, ainda desci numa loja de conveniencias para comprar gelo.Posto lotado, faz de conta que ninguém me olhava.

Eu teria ofertado uns 20 reais a quem quisesse me alugar o seu anão de jardim, mas infelizmente não passei em frente a nenhum jardim que tivesse anões dando sopa. Mas deu tudo certo, valeu a pena o esforço, achei interessantíssima a descoberta do mundo dos anões de jardim porto-alegrenses. Só fico chateada com os amigos que pensaram que eu era Branca deNeve.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

00:36h

Maria Apenas diz:
hehehe
eu penso mto nisso
brincar a vida
experimentar
se permitir
derrubar barreiras
ir até o limite
empurrar o limite para um pouquinho mais longe
puxar o limite para mais perto

terça-feira, 30 de novembro de 2010

quem diria...

que bom poder mudar
a vida é tão simples sem teus planos
nem tudo o que tu quis pra mim
com todo teu amor
esse teu apego ao futuro inventado
nem tudo, ou quase nada
eu segui
pode me olhar com esse beiço
pode lamentar o que ficou pra trás
chora, faz o luto
a gente muda sabia?
ainda bem!
vida mais sem sabores aquela
conservadora
faltavam tantas cores
entre teus crayons
faltavam alguns amores
certas dores - e outras hão de vir
esquece o futuro do pretérito
deixa pra lá o que não foi
e o que já foi há muito
vira de costas pro espelho
deixa as velhas ideias pra lá

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

amizade?

o melhor e o pior de ti é a nossa intimidade esse excesso de afinidades que confronta nossos gênios somos dois átomos eletrizados cada um polarizado em seu lado nosso defeito é não ceder é não neutralizar-nos e é essa tua energia explosiva que me fascina teu maior defeito é teu traço mais apaixonante me perdoa se meu brilho às vezes te ofusca ainda busco em ti
o melhor e o pior de mim: nossa intimidade

.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Sex and the city na vida real XVI - como isso foi acontecer?

E numa dessas rodadas de conversa com vinho em que as pessoas começam a botar na mesa situações constrangedoras por que passaram depois daquele gole a mais de álcool que determina a virada do fio (a saída da casa, a entrada em ação do lado B, enfim), as situações mais bizarras sempre começam por "um(a) amigo(a) meu(minha) certa vez...". A amiga da minha amiga, no caso, certa feita acordou e se deparou com um cara na cama dela, o qual ela mal lembrava de ter conhecido na noite anterior. Levantou da cama num pulo, examinou o quarto detalhamente verificando se nada tinha sido roubado, e ameaçou: Se tu não for embora agora meu irmão vai te dar uma tunda de laço. Hoje eles estão casados, felizes, e têm um filhinho.

Mas a melhor parte é a da tunda de laço, fala sério.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

SALVE JORGE! II

Eu nunca acreditei na maldade do ser humano. Resisto a aceitar que existam pessoas "más", pessoas "negativas", que desejem ou causem propositalmente o "Mal" a outras pessoas. Nunca entendi muito bem aqueles que não contam as boas novidades, com medo do "olho grande". Não consigo creditar à inveja alheia os infortúnios que me sucedem. Seria julgar-me importante demais para o outro, e supor um poder absurdo a quem quer que fosse o(a) invejoso(a).

Mas, por via das dúvidas - e prevenir nunca é demais -, hei de buscar proteção, e não estranhem se me encontrarem por aí ornamentada de patuás.



domingo, 17 de outubro de 2010

Saudade

"
Saudade é um voo tristonho

No tempo, longe, pra trás

É o aparte no rodeio

Dos sonhos que a gente faz
"


de Manuel do Carmo, falecido poeta de Santiago do Boqueirão/RS - conforme aprendi no Passeio dos Poetas desta cidade

terça-feira, 5 de outubro de 2010

para fazer o João dar gargalhadas

um pouquinho de cultura infanto-juvenil neste blog da "dadi" (a titia Méri aqui)



Pat & Stanley é minha nova animação preferida. O vídeo mais conhecido deles é a performance de The Lion sleeps Tonight http://www.youtube.com/watch?v=3eod34J2pL4&feature=related

sábado, 2 de outubro de 2010

a tv anunciou esses dias um estudo feito na inglaterra que comprova que quando a pessoa se apaixona ela perde os amigos.
difícil avaliar,sendo uma pessoa apaixonada pelos seus amigos.



momento te considero.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

.

ponto final. parágrafo. ponto. parágrafo. ponto. vírgula, vírgula, vírgula, dois pontos. abre aspas. fecha aspas. abre parenteses. fecha parenteses. nota de rodapé. ponto final. FINAL! abre novo arquivo.

tem algo acontecendo aqui


...e não é reticencias

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

há uma Sônia entre Travis e eu

Preciso acabar com essa tal de sônia

INsistenteSÔNIA

ideias que insistem em ocorrer quando não há nada que se possa fazer por elas

uma cabeça acordada demais sobre um corpo cansado demais

o Travis vai brigar comigo deste jeito.

falando nele, vou lá com eles. 3 travisseiros e uma ovelha. e eu.

zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

silêncios

lá longe, no horizonte, cada um enxergava uma coisa diferente. iam lado a lado aproximando-se de um destino incerto, cada um mirando em frente um horizonte diferente, na mesma paisagem. para ela, o sol estava se pondo cedo demais ainda. para ele, o sol já estava se pondo mais tarde. ela enxergava o céu violeta acima do laranja, e sorria pensando que aquele céu limpinho de nuvens significava mais sol amanhã. ele sentia os olhos ardendo por causa daquela luz amarela que vinha direto nos olhos, os raios de sol na horizontal bem em frente, e se perguntava quando será que vai chover, para que termine esse calor úmido e abafado. ela pensava como ficaria linda uma foto com aquela luz. ele pensava como a paisagem estaria mais verde se tivesse chovido mais este ano. ela cantarolava em silêncio alguma música, ele escutava em silêncio o canto dos sabiás. primavera, comentaram entre um suspiro e um sorriso. e seguiram em silêncio. ele desejava estar presente no silêncio dela, ela sabia que o silêncio dele era amor. assim como o dela.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

fotoexperimentação

eu só queria
saber
explorar
melhor todas as
funções da minha máquina fotográfica.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

a tesoura de Ana Terra e os abridores de Maria

Pai - filha, abre essa pra mim? - estende a long neck geladíssima de Stella Artois
Filha - dá aqui. ó, pronto.
Pai - to ficando velho... acredita que não consigo? não tenho força pra abrir essas garrafinhas.
Filha - imagina, pai, não é isso. é que tu tá acostumado a usar abridor. tu é da geração do abridor de garrafa. já eu, minha geração é desde sempre da... da...
Pai - da rosca!
Pai e filha - hahahahahahahahahahahha


É isso. Tá aí a diferença. Nossos pais são da geração do abridor de garrafa, nós somos da geração da rosca. Da rosca e das balzaquianas solteiras.


Quando descobri que os óculos escuros da minha mãe tinham um abridor de garrafas na lateral, ela me deu os óculos de presente na hora, porque não pega bem uma senhora elegante e fina como ela usar óculos de surfista (marca Reef) pinguço que carrega o abridor na cabeça, e porque eu ia acampar na Patagonia, vai que precisasse abrir alguma garrafa pra não passar fome/sede, ou que precisasse ser McGaiver (como se escreve "Magáiver?") em alguma situação de emergência?
Eu obviamente nunca precisei usar o abridor de garrafas dos meus óculos escuros, nem na Patagonia nem em lugar nenhum. Exceto - e tinha que ser no queridíssimo Uruguay - dia 2 de janeiro de 2010, na praia de Bikini em Punta del Este, quando Bajofondo tocava grátis na areia ao pôr do sol, e chegou a vez de nosso amigo NC buscar a cerveja, e em vez de trazer os copos servidos ou as garrafinhas abertas como todomundo, ele trouxe as mini-patricinhas fechadas, e nosso amigo Jay que é bem fortão quase arrebentou o pulso tentando girar a tampinha, até que descobrimos que as patricinhas uruguaias não são de rosquear, e foi então que o abridor de garrafas dos meus óculos Reef foi finalmente e verdadeiramente necessário, que momento lindo, e grupos de turistasà nossa volta vieram nos pedir para abrir as long necks deles, e o momento foi filmado e fotografado, foi o momento mais brilhante da vida dos meus óculos. Enfim, os óculos com abridor de long neck que ganhei da minha mãe.

black&brown power

Soko - I'll kill her



Ouvi esta música no rádio hoje. Ela diz que vai matar a loira que roubou dela todos os planos que ela tinha com um cara. Esse papo de "bitch blonde girl" me fez lembrar que TODOS os meus ex namoraram loiras logo depois de mim. Uma homenagem a todos eles e a todas elas.

Um presente para todas as minhas amigas morenas fascinantes.
;)

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Sábado de sol no Parcão



Oi. Invadi o blog da minha dadi pra contar pra vocês como foi o meu sábado no Pocon.
Este na foto é meu amigo Vicente. Quer dizer, a dadi quer que sejamos amigos porque ele é filho da amiga dela, mas eu não dei muita bola pra ele.

Essa é a Laura.
Foi amor à primeira vista, aqueles olhos azuis me pedindo popoca, não resisti.

Mas como sei que esse vovô é muito ciumento, ofereci popoca pra ele também.

E depois de tanto correr atrás da minha gol, um momão quequi pra matar a sede.


A propósito, gostaram do meu novo corte de cabelo?
Espero que sim.
Beijinho,
João.


terça-feira, 10 de agosto de 2010

Nosso Amor III



Mesmo sabendo que não ia dar em nada,
não me abandona a saudade
daquela nossa paixão inventada.

!

(quem mandou inventar de se apaixonar?)

Nosso Amor II




Nosso amor foi trailer de um filme

que nunca estreou
.

...

Nosso Amor I




Nosso amor foi fogo de artifício:

sustentava-se em

breves e distantes


explosões cintilantes


******

segunda-feira, 26 de julho de 2010

um pedacinho de show

Escrevi no rodape de uma postagem recente que nada é tão ruim que não possa piorar nem tão bom que não possa melhorar. Pois bem, o show do jorge Drexler no Teatro do Bourbon country em POA no último sábado é um grande exemplo do que só fica cada vez melhor. Quando o público pensava que o show estava por terminar, eis que surge no palco Vitor Ramil, e Jorge drexler ainda nos reservava muitas de suas melhores canções antes de ir-se...

Vitor Ramil e Jorge Drexler - Astronauta Lírico

sábado, 24 de julho de 2010

prazeres...

não é que ela tivesse um programa melhor
mas simplesmente
declinar um convite 6ª feira à noite
tem um gostinho agridoce todo especial

(foi à academia)
(assistiu a algum episódio de House)
(tomou sopa)
(e foi dormir sorrindo)


|-)

domingo, 18 de julho de 2010

Sex and the city na vida real XV - quem??

E aquela situação em que o cara responde:

"Ricardo? Tem certeza que vc sabe com quem está trocando mensagens?"

E aí vc faz o quê? Tendo certeza de quem é o destinatário, então quer dizer que vc não sabe o nome da criatura há 3 meses? Então quer dizer que vc nunca soube o nome da criatura com quem já dormiu, acordou, tomou café etcetera... mais de uma vez? Ah... deve ser por isso que aquele seu amigo que vc tinha certeza que o conhecia te respondeu "Ricardo??Não, nem ideia de quem seja... não seria Cristiano??" e vc disse que não, toda convicta. Mas e aí, agora, vai fazer o quê pra consertar a situação? Primeiro, certificar-se de que o nome certo do cara é Cristiano. Segundo, consertar a situação. Se ele já achava que vc era meio loquinha, com essa ele tem certeza. Mas OK, a situação é mais engraçada do que desastrosa... Depois de dar risada, experimente uma mensagem tipo:

"...Ok, Cris, quer conhecer meu outro eu? bj, 'helena'"

Só que assim... ninguém garante q vc conseguirá deixar de chamá-lo de Ricardo. Talvez ele tenha q considerar uma alteração de identidade. E vc corre o risco de ele gostar mais do seu 'outro eu' -helena- do que de vc mesma.



(nada é tão ruim que não possa piorar nem tão bom que não possa melhorar)
NAO
SOU
POS
TE
P
RA
F
ICA
REM

MIJ
AND
O
NA
VOL
TA.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

un agujero profuuuundo

esperar pelo tempo do outro
é encarar o profundo abismo que há
entre dois
vazio angustiante
relógio sem ponteiros
e aquele silêncio que grita
engasgado
um grito-lágrima escapa pelos olhos
tempo.tempo.tempo.
quando a gente espera
parece que ele não passa

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Sex and the city na vida real XIV - surpresinhas

A Mulher-fatal quis presentear o gato com uma surpresa em seu aniversário. Uma forma de compensar sua ausencia nos ultimos 3meses (antes, passavam no máximo 2 semanas sem ver, até que ela sumiu por um tempo... mas resolveu voltar).
Vestida de lingerie, casacão e botas de cano longo e salto alto, botou uma garrafa de champanhe na bolsa e foi busca-lo em casa. Direto para um bom motel. Ele já entrou no quarto sem folego, nunca a tinha visto tão sensual. Foi com tanta gana pra cima dela que não se deu ao trabalho de desabotoar o casaco, rasgando-o. Aproveitaram intensamente cada minuto das poucas horas que passaram juntos, insaciáveis. Infelizmente não podiam passar toda a noite juntos, ter que ir embora sempre antes do que ele gostaria é característica da Mulher-fatal.
Entram no carro dela na garagem do motel e o carro apaga no meio da ré. Estava dando a primeira ré da manobra de saída da garagem, e o carro apaga. E não arranca mais.
Nunca na vida ficou sem gasolina. Já teve pneu furado, estepe roubado, o carro arrombado, mas o tanque sempre cheio. Mal acendia a luz da reserva e ela já abastecia. Mas esta semana tinha rodad uma distancia maior com a luzinha acesa, e ali estavam, ela seminua sob o casacão rasgado, ele com olheiras de cansaço, na garagem do motel.
Chamaram um taxi que levou gasolina para abastecer. O taxista, um senhor de bastante idade mas que já viu muita coisa bizarra durante suas corridas noturnas, tentou agir com naturalidade. Mas como nada é tão bom que não possa melhorar nem tão ruim que não possa piorar, a luz da garagem do motel pifou e enquanto o gato tentava acende-la a todo custo, ela lembrou que tinha uma lanterna no porta-malas. O senhor taxista não conseguiu esconder o espanto no olhar quando se deparou com o conteúdo do porta-malas: uma grossa coleira de couro com tachões pontudos acompanhada de uma forte corrente com enforcador, um bastão de baseball e uma espécie de corda com bola de borracha na ponta, todos pertencentes a ao cão Rottweiler da Mulher-fatal, mas era o tipo da situação em que melhor ficar quieta do que esboçar qualquer tentativa de explicação, afinal, que credibilidade terá uma mulher seminua de casaco rasgado que ficou sem gasolina na garagem do motel?

terça-feira, 22 de junho de 2010

COPA 2010

agora repete rapidinho:


eu vuvuzelo minha vuvuzela
tu vuvuzelas tua vuvuzela
ela vuvuzela sua vuvuzela
nós vuvuzelamos nossas vuvuzelas
vós vuvuzelais vossas vuvuzelas
elas vuvuzelam suas vuvuzelas


sexta-feira, 18 de junho de 2010

era

antes era como um cubículo hermético e escuro, sem saída e sem comunicação com o mundo exterior. antes, não tinha janela, não tinha dia nem noite, era tudo espera. depois acendeu-se uma luzinha lá adiante, e era possível vê-la por debaixo do vão da porta. não era possível alcançá-la. antes, a luzinha lá adiante mal chegava. e nisso que parecia ser uma porta surgiu uma fechadura, uma pequena fechadura - trancada por fora - que quase deixava trespassar alguma luminosidade outra. mas, mais que a luz, a fechadura deixava entrar esperança. mas as esperanças que entravam pela fechadura não levavam a lugar nenhum, era preciso uma janela, uma saída alternativa, tinha que sair por um lugar diferente daquele pelo qual entrou. então parecia haver lá em cima, perto do teto, uma basculante. uma janelinha basculante fechada, por onde além de alguma luz algum ruído se escutava. já se diferenciava o dia da noite, as manhãs de sol das tardes chuvosas. e os ruídos iam tomando forma, às vezes mar, às vezes vozes, muitas vezes sirenes ou buzinas. cada ruído trazia mais vida. o mundo externo que ia entrando sorrateiramente pela basculante já despertava curiosidade. abriu-se uma janelinha maior, de vidro transparente, e esta não era nada difícil de vencer, bastava coragem ou alguma paciencia. e quando pensou que já estava livre, que tinha vencido todos os obstáculos do cubículo escuro, quando pensou que estar do lado de fora das janelas que lhe conectavam com um recorte de mundo era estar livre, percebeu que no cubículo tinha deixado um pedaço grande de si, pelo qual sentiu enorme nostalgia, mas decidiu seguir adiante mesmo assim. até que uma pergunta no meio do caminho (lá adiante no caminho) plantou sua interrogação gigante querendo interceptar a passagem. dali para adiante todas as noites são de lua nova e todo o sol é ofuscante.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

fã clube


Walk Away

Ben Harper

Oooo no
Here comes that sun again
That means another day without you my friend
And it hurts me to look into the mirror at myself
And it hurts even more to have to be with somebody else
And it's so hard to do
And so easy to say
But sometimes
Sometimes
You just have to walk away
Walk away

So many people to love in my life
Why do i worry about one
But you put the happy in my ness
You put the good times into my fun

And it's so hard to do
And so easy to say
Sometimes
Sometimes
You just have to walk away
Walk away
And head for the door

We've tried the goodbyes
So many days
We walk in the same direction
So that we could never stray
They say if you love somebody
Then you have got to set them free
But i would rather be locked to you than live in this pain and misery
They say that time, will make all this go away
But it's time that has taken my tomorrows and turned them into yesterday
And once again that rising sun is a droppin' on down
And once again you my friend are no where to be found

And its so hard to do, and so easy to say
But sometimes
Sometimes
You just have to walk away
Walk away
And head for the door
You just walk away
Walk away
Walk away.....
Just walk on
Walk on
Turn and head for the door....
Walk away

terça-feira, 1 de junho de 2010

Divã II - primeira sessão, primeira paciente

Lucilinda, a Barbie da menina, está dançando Ballet. A estagiária-terapeuta assiste perplexa sem ter ideia do que está acontecendo, quase solta a Barbie que tem na mão, esquecendo-se de que são as personagens-Barbie, e não elas, a menina e a moça, quem importa naquela cena.
- Ai, tia, brinca! - exige indignada a menina de 10 anos.
- Mas o que a Lucélia - nome da Barbie da estagiária-terapeuta, em homenagem à estagiária-terapeuta anterior, Lúcia - está fazendo agora?
- Ah, tia - suspira a menina impaciente - um dia tu aprende a ser psicóloga!



___/

Divã I - sonho caro

- doutora, se a gente sonha uma coisa e não faz o que tá no sonho, a gente vai ser infeliz pra sempre?
- como assim, o que tu sonhaste?
- já faz tempo... sonhei que eu anunciava que tinha decidido X. mas, nunca fiz X. será que se eu tivesse seguido o sonho, eu seria feliz?
- peraí que vou pegar minha bola de cristal... putz! minha bola de cristal tá sem sinal. o jeito é "fale-me mais sobre isso".
e lá se foi a mais longa sessão que já tiveram.
- nossa, doutora, e hoje quando vim pra cá eu não tinha nada pra dizer.

___/

domingo, 23 de maio de 2010

Sex and the city na vida real XIII - sexo en la ciudad

Una amiga en argentina se había enamorado de un brasileño. Sólo que el brasileño, no se sabe porque, nunca la invitó a salir. Me parece que los brasileños tienen miedo a las argentinas, como son casi siempre tan histéricas... Para curarse del amor no correspondido, ella (la diremos Soledad) sale con las amigas a bailar. Juntanse a tomar Quilmes o fernet con Cola en la casa de Milagros hasta las 3 de la mañana, cuando entran al boliche. (El mismo lugar donde el año pasado mi amiga conoció al tipo en cuya casa despertó sin saber como, y al abrir los ojos confusa, se le ocurrió preguntar "capital o provincia?", y luego de aclarada lo que había pasado la noche anterior, al despedirse del tipo se le ocurrió preguntar, por ultimo: "gripe porcina (H1N1) no tenés?", yéndose bañada en alcohol gel.) Encontraron ahí unos amigos de Milagros, uno de ellos más viejo (no que sea vejo, tiene 30, las chicas no tienen más que 25) de nombre Joaquín. Joaquín le contaba a Soledad que una brasileña le había rompido (roto) el corazón, charlaron hasta las 5 de la mañana dándose cuenta que tenían tanto en común. Había onda - y que onda! -, Soledad se sentía muy bien al lado de Joaquín. Pero esa noche no se fue con él, apenas se besaron en el boliche y él la invitó a cenar la noche siguiente.

Tristemente, Joaquín no la pasó a buscar el día siguiente. La llamó a las once y media de la noche del hospital, explicándole que se había infartado. No puede ser!, contestava soledad, la gente no se infarta a los 30! Pero era verdad, Milagros lo confirmó con los amigos. Joaquín y Soledad se hablaron por teléfono algunas veces, hasta que el médico liberó Joaquín para salir con mujeres, y finalmente pasaron la noche juntos. Fué maravilloso, hicieron el amor tres veces, y lo habrían hecho por lo menos tres más, si joaquín no se hubiese infartado otra vez. Soledad lo acompañó al hospital, enamorada y preocupada, tenía miedo a que el frágil corazón de Joaquín no les permita seguir juntos.

Muchos hombres no tienen huevos para bancarse con una mina - en general cuando se enamoran huyen de miedo a estar de novio o casarse. Joaquín tenía las ganas y las bolas... pero no le alcanzaba el corazón. Pobre Soledad... sigue sola y con el corazón partido. Talvez feliz porque apenas metaforicamente partido.

.

terça-feira, 11 de maio de 2010

pasión

Pode ser qualquer coisa, pode ser o oposto da minha,
só naõ me diga que não tem na vida paixão alguma...



O primeiro campeonato. GRENAL de pais.

É o primeiro ano dos meninos na escola. Primeira série. Primeira participação nos Jogos de fim de ano do colégio, normalmente chamados de "olimpíadas". O professor de educação física ajudou cada turma a formar seu time de futebol, e lá estão todos, pais, professores e alunos, reunidos ansiosa e orgulhosamente em torno do campinho. É uma manhã ensolarada de sábado. Calor de dezembro. A partida final ia terminar empatada e, como era quase meio-dia, o cempeão seria decidido por saldo de gols ou número de vitórias, mas um menino cai na entrada da área e o juiz marca pênalti. Uma criança de 7 anos de idade cobrando um pênalti diante de outra criança de 7 anos de idade, o desengonçado que não poderia participar dos Jogos a não ser como goleiro. Gol. Mais dois minutos de bola rolando e o juiz apitaria o final da partida. Os meninos do time que agora está perdendo ficam cabisbaixos, tentando em vão segurar o choro. Os pais elevam a voz contestando a marcação do pênalti, inconformados de sua impotência diante do filho que chora sua primeira derrota.
O pai colorado: invade o campinho, cheio de razão, reclamando do juiz que cometeu tamanha injustiça, tamanha incompetência, ora aquilo não foi pênalti! Juiz ladrão, não tem vergonha na cara? Só porque o filho do vice-diretor da escola joga na outra turma, só pode ser isso! Vamos anular esse jogo, sabotar as olimpíadas daescola, vamos embora antes de o juiz apitar, vamos recorrer a decisão, não é possível que meu filho perca o jogo e o campeonato porque um juiz errou. O filho que chorava começa a xingar também, enche-se de razão, embora ainda com os olhos cheios d'água. Vão embora levando no peito do menino a medalha de prata da humilhação, jurando nunca mais participar dos Jogos Escolares quando aquele mané for juiz, o pai querendo processar o colégio, só não muda o filho de escola porque apesar de tudo o menino gosta dos coleguinhas e a a esposa trabalha ali ao lado.
O pai gremista: invade o campinho apontando o erro do juiz, olha nos olhos deste e diz O senhor sabe que não foi pênalti, não sabe? Veja bem a situação que criou. Mas, percebendo que a partida ainda não acabou, abraça o filho que chora desolado pela injustiça e diz "Filho, futebol é assim mesmo, às vezes o juiz erra e prejudica teu time, mas às vezes tambpem erra a teu favor. Esse é o fator surpresa do futebol, que depende da sorte. Mas tem uma coisa que depende só de ti, filhão: a garra. Aconteça o que acontecer, enquanto o juiz não apita o final da partida tu tens o compromisso contigo e com tua equipe de fazer o melhor que tu puder, de jogar com vontade até o final, porque assim terás tua vitória pessoal e a consciência limpa a cada partida." E o menino, ainda secando as lágrimas, volta para o meio de campo para a saída de bola, cheio de raiva do juiz e de vontade de chutar aquela bola com muita, muita força. E é o que ele faz na primeira oportunidade. Se a bola entrou, ou bateu na trave, ou o goleiro defendeu, ou mesmo se passou perto mas foi pra fora, não sei. Se o time dele continou perdendo, ou empatou a partida mas perdeu o campeonato por saldo de gols, ou se foi campeão, você decide. Fato é que ele chegou em casa muito mais satisfeito e orgulhoso do que o filho do colorado.



tenho dois posts aqui, ó.
cozinhando a fuego lento.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

pensamento teimoso

..
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e então para não escrever onde não devia
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..
apagou(-se)
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..

ALICE no buraco das maluquices


Gostei de Alice de Tim Burton. O roteiro foi o de menos, até porque estranho familiar, cheio de déjàvus. Tampouco o 3D, por momentos dispensável e com aspecto de improviso (como se depois de pronto tivessem imbutido uma 3ª dimensão aqui e acolá, esquecendo o resto). Mas o essencial, a alma de cada personagem foi muito bem captada pelo Tim! O gato e a lagarta-oráculo não traíram em nada a imaginação e as memórias que me acompanham desde os tempos em que Alice no País das Maravilhas era meu livro de cabeceira, lido e relido infinitas vezes. O Chapeleiro Maluco, de cujo rosto não lembro da ilustração, tenho certeza que só ficou melhor. E o chá das cinco que sempre foi maluco, ficou ainda melhor depois de parado no tempo com o coelho e o rato e o Johnny Depp lunáticos. Ah, o Johny Depp...! A Rainha Vermelha cabeçuda tb está ótima e acho q pegou muito o espírito da Rainha de Copas, que não sei se era mais amedrontadora originalmente ou eu é que era mais inocente.... E a Alice irreverente do sonho e da realidade, seguiu sendo a minha Alice, só que com figurinos de arrasar!!! Sim, pra uma fã de Alice como eu, só uma cagada muito grande no filme pra eu não gostar. Adorei! E boto a língua pra toda imprensa crítica que sei lá o que esperavam desse filme.

domingo, 25 de abril de 2010

caixinha de surpresas

Um bebê precisa de 9 meses para ficar pronto. Pronto para vir ao mundo apenas, porém dependente dos adultos para sobreviver. Um bebê tem uma vida inteira pela frente para aprender, aprender, aprender, e um dia - espera-se que já bem velhinho - morrer, sem nunca ter ficado totalmente pronto.
Nunca estamos preparados de verdade. Há sempre espaço para um frio na barriga, um medo, um suspense, pois nada é 100% previsível, nada é 100% certo. Graças ao fator surpresa, insistimos na vida. Insistimos em ter esperança, em tentar outra vez, em aprender o que não imaginávamos ser capazes. As estatísticas e as chances que se danem, há quem sempre vá ao estádio torcer pelo seu time, mesmo que o estádio seja casa do adversário e o adversário seja favorito na mídia.
Ainda bem.
Nesse processo que é a vida, constante construção, cada escolha é cheia de riscos. O caminho mais seguro hoje, pode desmoronar ali adiante. O caminho mais difícil pode se abrir amplamente depois da curva perigosa. Enxergar ou não a luz no fim do túnel é também escolha, chegar ao outro lado depende de esforço e de sorte. Pode um terremoto destruir o túnel, podem as cinzas de um vulcão apagarem as luzes do céu, pode o avião cair, o navio afundar. Mas pode o sol raiar, a chuva cessar, a lua brilhar e alguém sobreviver.
Existe um ponto até onde se pode escolher, um pouquinho antes de a paixão se instalar. É um ponto invisível aos olhos, uma fina e frágil linha que, quando vemos, quase sempre, já cruzamos. Dali em diante, é montanha russa. Cada passo é um voo de asa delta, cada suspiro é pular de para-quedas. Se joga!, diz uma voz interna ou o poema no espelho. Se não, qual a graça de viver?
Se nunca errássemos, não haveria o que aprender. E não era isso o que bebê tinha a fazer de sua vida - um constante surpreender-se e aprender? Não é disso que se trata, afinal, viver?

terça-feira, 13 de abril de 2010

domingo, 4 de abril de 2010

rural

E, depois de 500 quilômetros e mais de 6h viajando de carro, ainda faltando 50km e uma hora e meia para chegar em casa (o trânsito próximo a Porto Alegre intenso, quase parando, sem falar nos dois pedágios em tão curta distância):

Meu pai - Quando chegarmos, vamos tomar uns chopes gelados com aquela pizza gostosa da Bazkaria?
Eu - Pizza, será?
Minha mãe - Estamos cansados, por que não ficamos em casa?
Meu pai - É, podemos pedir aquele rural.
Eu e minha mãe - Rural???
Meu pai - É, rural, aquele bauru.
Minha mãe - Ah, o Bauru Country!

Ah,tá. Bauru Rural, então.

sexta-feira, 12 de março de 2010

machista muderna

E foi então que no meio daquela conversalhada de mulher - umas provando roupa, outras vendendo joias, os assuntos indo da moda à cama, passando pela temperatura da cerveja e o tempero do pimentão (churrasco de mulher sempre tem muito mais variedade além da carne, apesar de a carne ser boa e incluir costela), silenciamos para escutar os argumentos dela, que vinha apresentando afirmações surpreendentemente machistas e conservadoras para uma trintona que joga futebol e sabe assar churrasco.
- Eu não admito rachar a conta no primeiro encontro! O homem tem obrigação de pagar tudo. Não é justo dividir, sabe por quê?
E foi a primeira vez que escutei uma explicação finaceiramente lógica, que me fez calar as acusações de machista à minha amiga:
- Porque antes do encontro, nós gastamos uma fortuna no salão para fazer as unhas, arrumar o cabelo, depilar, sem falar na roupa comprada especialmente para o encontro e a lingerie novinha.
Claro que ela exagerou um pouco, mas é verdade que a gente gasta dinheiro e tempo - bastante tempo - se preparando.
Mas uma das boleiras mais modernas e revoltadas com o machismo, pouco convecida pelo argumento, discordou:
- Que calcinha nova o quê! Usa aquela que foi presente do ex-namorado!

----------------------------------
P.S.
Foi quase consenso entre as presentes que está bem o cara se oferecer para pagar a conta, e que, se o cara vale a pena, elas puxam a carteira para pagar sua parte, mas se ele não vale, deixa que pague a conta - não faz mais que obrigação.


f.

terça-feira, 9 de março de 2010

de baratas ou cucarachas

Situação I - um date

Se conheceram numa tarde, ou manhã, de domingo. Ou sábado, ou segunda-feira. Era carnaval, isso com certeza. Fato é que seguiam o mesmo bloco e frequentavam os mesmos banheiros químicos, e nessas idas ao banheiro, em que se separavam dos amigos, encontravam-se, beijavam-se e conversavam brevemente. Numa dessas, antes ou depois do xixi, trocaram telefones. E no final da quarta-feira de cinzas, ou na quinta, ele ligou. Combinaram de sair. Em princípio era cinema, mas preferiram conversar e beber chope, ou cerveja, perto de casa. Coincidencia, estavam no mesmo bairro. Ela era estrangeira, detalhe importante. De repente, entre um gole de chope e uma batatinha frita, gritou estridentemente e subiu na cadeira, causando uma correria na calçada onde estava a maioria das mesas. O escândalo estaria adequado para uma invasão de ratos, não para uma barata solitária que ainda por cima andava devagar com uma das patas já pisoteada. Certamente não era australiana (a garota), percebeu-se pela sua falta de intimidade com a cuca (na Austrália dizem que há um problema sério de proliferação de baratas). O bar perdeu algum dinheiro na correria, ele quase perdeu a gata. Levou-a no colo até o carro - heroica sedução - convenceu-a a ir para sua casa. Entrando em casa, porém, foram recepcionados por uma dupla de baratas-tontas (tinham comido veneno e vinham morrer por ali). Ela nunca passou da porta. Nunca mais saiu com ele. Apparently, ele atraía as baratas.

Situação II - reunião psicótica

E no meio da discussão de um caso grave, paciente complicado, eu, que estava de frente para a "plateia" do auditório (já que é sintoma naquela instituição as pessoas não gostarem de sentar em círculo), avisto uma barata correndo entre os pezinhos das colegas à minha frente. A sorte é que, decerto por causa da chuva (certamente não por frio, pois o calor sege infernal em Porto Alegre), a maioria estava com os dedinhos protegidos por sapatos fechados. Algumas pessoas continuavam falando seriamente sobre o paciente em questão, enquanto eu segurei o riso o quanto pude diante da cena: a barata sendo avistada e perseguida pelos colegas na plateia (um sapateado com perseguição, que tentavam manter a discrição e matar a barata, sem sucesso em nenhuma das coisas), e o fato sendo ignorado pela nossa chefe e mais meia dúzia de pessoas à frente da plateia, por onde la cuca não passou. Só naquele auditorio mesmo...

terça-feira, 2 de março de 2010

folionas foleãs

todos os dias, elas saíam cedinho da cama com ajuda do calor e do sol que perfurava a veneziana, e começavam uma transformação diferente. ajudavam-se: costura aqui pra mim?, me pinta de marrom?, também quero glitter!, ficou direito?, usa isso aqui!, deixa que eu amarro pra ti., tá bom assim?, tá linda!, tá engraçadíssima!, tá ótima!. todos os dias, o café da manhã precedia os primeiros goles de cerveja, e almoçar era luxo. todos os dias, não fosse a cerveja e a malícia no olhar, eram criança outra vez: entravam na fantasia, pulavam na brincadeira, andavam rindo à toa apesar do calor, apesar das ladeiras, apesar dos kilômetros andados em passo de patinho. todos os dias, perderam a vergonha e a pressa, deixaram-se levar. jogaram(-se) a cada dia. também cuidavam-se umas das outras, era necessário passar protetor solar e beber água. fotografaram-se. telefonaram-se. perderam-se. (re)encontraram-se. no último dia, a euforia superou o cansaço e as noites de pouco sono. depois de 3 dias de descanço, continuaram porque ali ainda era carnaval... mas elas, elas tiveram que partir - o coração partido -. é que do rio é impossível ir embora sem ficar com aquele gostinho de quero-mais.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Car(pi)naval



Você me diz que eu te olho profundamente

Desculpa
Tudo o que eu vivi foi profundamente
(Fabro Carpinejar)
Desculpa
Mas não precisava temer o meu olhar
Eu estava de máscara


segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

de vez

e toca aquela música outra vez
e desce na mesma parada
e senta naquela mesinha de sempre
e faz de novo o mesmo pedido
e dobra naquela esquina
e entra naquele edifício
o elevador pára no mesmo andar
e já é domingo outra vez
e já é segunda outra vez
e vai embora de novo
e vai embora de vez.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

deixa eu pintar o meu nariz

enquanto eu não escrevo sobre
o carnaval
o rio
os bróco
o mar
a favela
a jardineira
os bifes
porque é tanto...
deixo que alguma música fale por mim.
ou para mim...

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

ATARI

Este fim de semana, graças à avozinha da Xe, que guardou muito bem guardado aquela caixa preta com dois joysticks chamada Atari, e à Xe, que encontrou o troço e instalou na TV da casa da praia, eu joguei Enduro (única fita restante) depois de muuuito tempo! E juntando minha descordenação com o joystick que nem sempre funcionava pra direita, não passei nem da primeira fase. Mas vocês lembram que tinha a neve, a noite, e o pior, neblina de noite? Sinitstro!
E lembra como os fios dos joysticks eram curtinhos? Tem que jogar grudado na tv mesmo - claro, as tvs eram pequenas também...
Uma breve viagem no tempo. Muita emoção! Só faltou a gente jogar taco-bola neste fim de semana de praia no litoral gaúcho.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

O Beijo.

(-7)

"Toco tu boca, con un dedo toco el borde de tu boca, voy dibujándola como si saliera de mi mano, como si por primera vez tu boca se entreabriera, y me basta cerrar los ojos para deshacerlo todo yrecomenzar, hago nacer cada vez la boca de deseo, la boca que mi mano elige y te dibuja en la cara, una boca elegida entre todas, con soberana libertad elegida por mí para dibujarla con mi mano en tu cara, y que por un azar que no busco comprender coincide exactamente con tu boca que sonríe por debajo de la que mi mano te dibuja.
Me miras, de cerca me miras, cada vez más de cerca y entonces jugamos al cíclope, nos miramos cada vez más de cerca y los ojos se agrandan, se acercan entre sí, se superponen y los cíclopes se miran, respirando confundidos, las bocas se encuentran y luchan tibiamente, mordiéndose con los labios, apoyando apenas la lengua en los dientes, jugando en sus recintos donde un aire pesado va y viene con un perfume viejo y un silencio. Entonces mis manos buscan hundirse en tu pelo, acariciar lentamente la profundidad de tu pelo mientras nos besamos como si tuvieras la boca llena de flores o de peces, de movimientos vivos, de fragancia oscura. Y si nos mordemos el dolor es dulce, y si nos ahogamos en un breve y terrible absorber simultáneo del aliento, esa instantánea muerte es bella. Y hay una sola saliva y un solo sabor a fruta madura, y yo te siento temblar contra mí como una luna en el agua."
(-8)



-Julio Cortázar, algun capítulo de 'Rayuela (O Jogo da Amarelinha)'-

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

eu quero um pouco de peso, um tanto de cobrança, uma encheçãozinha de saco. eu quero um suspiro de queixa que no fundo agradece. quero um sintoma. a obviedade e a monotonia de todo-o-dia. quero hora marcada, quero sair correndo, quero me sentir sufocada. quero obedecer, quero dar ordens, ditar as regras, aceitar as regras, dividir as contas. quero terque atender o telefone. terque chegar tal hora. terque fazer tal coisa. terque ficar em casa naquela noite. quero peso. o sustentável peso do ser.

em nome da sustentável leveza de morar. naquele apê do parquet charmoso, das portas de vidro e da sacadinha.

:

asnetni adiv

intensa.isenta
vi.
uma vida.a vida
imensa.
diversa.conversa.inversa
interna.íntima
vida íntima.minha.tua
pública.
a vida num blog
o blog de uma vida
twits diários
diário.o meu.querido
confessa
conversa
inversa.
diversa.
imensa.
vida
-intensa.

ainda é de mim,
este lugar aqui?
esses textos todos
tolos
que foram.passaram
ficaram.
ainda estou aqui?



w
w
w.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

fantasia

Jardineira

Orlando Silva

Composição: Benedito Lacerda - Humberto Porto

O jardineira por que estas tão triste
Mas o que foi que te aconteceu
Foi a Camélia que caiu do galho
Deu dois suspiros e depois morreu
Foi a Camélia que caiu do galho
Deu dois suspiros e depois morreu

O jardineira por que estas tão triste
Mas o que foi que te aconteceu
Foi a camélia que caiu do galho

Deu dois suspiros e depois morreu

Foi a Camélia que caiu do galho
Deu dois suspiros e depois morreu

Vem jardineira
Vem meu amor
Não fique triste
Que este mundo é todo teu
Tu és muito mais bonita
Que a camélia que morreu

O jardineira por que estas tão triste
Mas o que foi que te aconteceu
Foi a camélia que caiu do galho
Deu dois suspiros e depois morreu
Foi a Camélia que caiu do galho
Deu dois suspiros e depois morreu

Vem jardineira
Vem meu amor
Não fique triste
Que este mundo é todo teu
Tu és muito mais bonita
Que a camélia que morreu


sábado, 30 de janeiro de 2010



Sorriso não é questão de dentes.

Nem de lábios.


Sorria com o rosto inteiro!



sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

|,,|

Oh yeah?!
Yeah!!
We luv ya motherfuckaa!

- Bah Canga acabei de deixar o Fê no show do Metallica, tô muito arrependida de não ter ido...
- Bah eu também, tava ouvindo no rádio e pensando muito em ir! Lembra em Paris, que os ingressos esgotaram em 3h?
- Tinha uma fila enorme e prerta, mas tranquilo. e ainda tem ingresso na bilheteria...
- Ainda tem?
- Tem!
- Bora lá então?!
- Sério? Tu pilha?
- Foi!
- Tá só vô passar em casa pra botar uma bermuda e um tênis.
De preto. Certo. Passo de taxi pra pegar a Reba e ela me espera com uma sacolinha cheia de latinhas de cerveja. Só a Canga mesmo pra aceitar essa indiada.
Uma fila de 3 pessoas na bilheteria, um furo descarado na fila para entrar, um breve medo de não conseguir respirar no meio daquele monte de cabeleiras (e os cabeludo parece que são mais altos do que o resto), o show começa! De arrepiar. Pular é inevitável, tem que fazer tudo o que o povo faz. E dá vontade mesmo. O público metaleiro mais careta que já vi. Esperava bem mais loucura. Os pés afundados na lama, melhor nem olhar. Água dentro dos tênis, aquele sblosh sblosh quando se mexe. E aquele lamaçal respingando até o pescoço conforme a intensidade dos pulos na volta. Rebão e eu - bem morceguinhas - curtindo muito a experiência única. Confissão: conhecer, conhecer meesmo, de reconhecer fácil e saber cantar, só 4 músicas deles. Das quais, só 2 no show. E podem dizer o queiserem os fãs de Metallica, podem acusar Unforgiven de pop demais, de música de veado, whatever. Eu sou mulherzinha e quer saber? Achei muuuito frustrante eles não tocarem! Mas ok, eu só dei falta da música no final do show mesmo, quando o Fê começou a cantar.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

doismiledeu

e lá pela sexta uva meu pedido foi algo assim como ...



BOAS SURPRESAS

!

!

dejo a mi esposa tu dejas tu marido para matarnos en un cuarto de hotel

eu cheguei a rascunhar um post explicando a aparição do maradona aí abaixo, um post onde constasse aletra da musica e talvez um clipe do autor original, o cordobês rodrigo el potro, autor também do grande cuarteto fue lo mejor del amor.
mas aí passou. o cd já saiu do carro e aos poucos as musicas vão descolando da mente...ô musiquinhas pegajosas! mas divertidas, muito divertidas! a cris e o fiestinha que o digam. ó, taí de novo o fiestinha - quem tinha perguntado por ele? não o fotografei veraneando na praia mole... querido, foi um guerreiro em floripa, especialmente enfrentando as subidas com lotação máxima.
mas eu ia dizendo que passou a emoção do momento, deu preguiça de postar mais cuarteto. de breguice no blog já basta aquela música do roberto carlos que ficou pendurada aípor semanas até o primo reclamar. só assim pro primo publicar comentários. o primo que aliás fala comigo no msn e nem me conta as novidades! tsc tsc
mudança de assunto nos próximos posts!

domingo, 17 de janeiro de 2010

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

pingos de mario quintana

eu, agora, - que desfecho!
já nem penso mais em ti...
mas será que nunca deixo
de lembrar que te esqueci?

.

quantas vezes a gente, em busca da ventura,
procede tal e qual o avozinho infeliz:
em vão, por toda a parte, os óculos procura,
tendo-os na ponta do nariz!

..



terça-feira, 5 de janeiro de 2010

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