la vida no es una frutilla


quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Sex and the city na vida real XII - revelações até o décimo encontro

Lá pelo oitavo encontro ela ainda não sabia sequer o sobrenome nem o telefone fixo dele, mas sentiu-se com intimidade o bastante para apresentá-lo à família.
- Sábado que vem tem o casamento de uma prima minha. Gostaria que você fosse comigo.
- Ãhnn... neste sábado... sábado... não, neste sábado eu não posso.
- É uma prima distante, não tenho muita relação com ela, mas vai ser um festão: champanhe e totosinho liberados a noite inteira. No litoral.
- ghjsiugiduenjbas... (se engasga)
- A família toda foi convidada. Você pode usar um terno emprestado do meu irmão, se precisar.
- hgfriuhgtbvidjd.

Convenceu-se de que talvez fosse realmente cedo demais para introduzi-lo à família. Teria que ir com calma, afinal, um rapaz desses é pra casar, não se pode jogar fora. Agiria com mais cautela para não botar tudo a perder - a esperança de enfeitar a mão direita com uma aliança e começar os preparativos para o seu próprio casamento de princesa.


No sábado, atrasou-se para a cerimônia religiosa, de maneira que foi direto para o salão de festas onde seria a recepção. Não conhecia o noivo da prima, questão que a intrigava, pois tudo o que escutara sobre a prima nas reuniões de família eram questões referentes à sua obesidade e feiúra. Pensando bem, ela mesma não era lá muito bonita, muito menos magra, deviam dizer o mesmo sobre ela nas reuniões de família do lado de lá. Um telão fixado à parede dos fundos passava uma projeção de fotos dos recém-casados. A prima gorda esquiando com o noivo no Chile, ambos entrouxados de roupas e enrolados em mantas até os olhos. A prima gorda de maiô na beira da praia em Canasvieiras. Finalmente, as duas caras brancas numa daquelas fotos tiradas pelo braço gordo dela esticado à frente, em algum lugar cuja paisagem ficara escondida atrás das bochechas brancas do casal. Sentiu sua pressão baixar. Na foto seguinte, a barriga dele transbordando por cima de uma sunga vermelha. Praia do Cassino. Desmaiou.

Acordou numa maca do pronto-socorro, algumas enfermeiras de avental verde-água circulando à volta, uma estagiária de psicologia vem lhe dar atenção. Na ficha colada ao leito, um diagnóstico nada preciso em relação à causa do desmaio: "emocional". Balbuciou apenas algumas palavras antes de voltar ao sono profundo e abandonar a estagiária de psicologia à sua solidão:

- A sunga vermelha... a sunga que peguei emprestada de meu irmão para irmos à sauna no terceiro encontro... e ele era noivo da prima obesa!

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