la vida no es una frutilla


terça-feira, 11 de maio de 2010

O primeiro campeonato. GRENAL de pais.

É o primeiro ano dos meninos na escola. Primeira série. Primeira participação nos Jogos de fim de ano do colégio, normalmente chamados de "olimpíadas". O professor de educação física ajudou cada turma a formar seu time de futebol, e lá estão todos, pais, professores e alunos, reunidos ansiosa e orgulhosamente em torno do campinho. É uma manhã ensolarada de sábado. Calor de dezembro. A partida final ia terminar empatada e, como era quase meio-dia, o cempeão seria decidido por saldo de gols ou número de vitórias, mas um menino cai na entrada da área e o juiz marca pênalti. Uma criança de 7 anos de idade cobrando um pênalti diante de outra criança de 7 anos de idade, o desengonçado que não poderia participar dos Jogos a não ser como goleiro. Gol. Mais dois minutos de bola rolando e o juiz apitaria o final da partida. Os meninos do time que agora está perdendo ficam cabisbaixos, tentando em vão segurar o choro. Os pais elevam a voz contestando a marcação do pênalti, inconformados de sua impotência diante do filho que chora sua primeira derrota.
O pai colorado: invade o campinho, cheio de razão, reclamando do juiz que cometeu tamanha injustiça, tamanha incompetência, ora aquilo não foi pênalti! Juiz ladrão, não tem vergonha na cara? Só porque o filho do vice-diretor da escola joga na outra turma, só pode ser isso! Vamos anular esse jogo, sabotar as olimpíadas daescola, vamos embora antes de o juiz apitar, vamos recorrer a decisão, não é possível que meu filho perca o jogo e o campeonato porque um juiz errou. O filho que chorava começa a xingar também, enche-se de razão, embora ainda com os olhos cheios d'água. Vão embora levando no peito do menino a medalha de prata da humilhação, jurando nunca mais participar dos Jogos Escolares quando aquele mané for juiz, o pai querendo processar o colégio, só não muda o filho de escola porque apesar de tudo o menino gosta dos coleguinhas e a a esposa trabalha ali ao lado.
O pai gremista: invade o campinho apontando o erro do juiz, olha nos olhos deste e diz O senhor sabe que não foi pênalti, não sabe? Veja bem a situação que criou. Mas, percebendo que a partida ainda não acabou, abraça o filho que chora desolado pela injustiça e diz "Filho, futebol é assim mesmo, às vezes o juiz erra e prejudica teu time, mas às vezes tambpem erra a teu favor. Esse é o fator surpresa do futebol, que depende da sorte. Mas tem uma coisa que depende só de ti, filhão: a garra. Aconteça o que acontecer, enquanto o juiz não apita o final da partida tu tens o compromisso contigo e com tua equipe de fazer o melhor que tu puder, de jogar com vontade até o final, porque assim terás tua vitória pessoal e a consciência limpa a cada partida." E o menino, ainda secando as lágrimas, volta para o meio de campo para a saída de bola, cheio de raiva do juiz e de vontade de chutar aquela bola com muita, muita força. E é o que ele faz na primeira oportunidade. Se a bola entrou, ou bateu na trave, ou o goleiro defendeu, ou mesmo se passou perto mas foi pra fora, não sei. Se o time dele continou perdendo, ou empatou a partida mas perdeu o campeonato por saldo de gols, ou se foi campeão, você decide. Fato é que ele chegou em casa muito mais satisfeito e orgulhoso do que o filho do colorado.



Um comentário:

reba disse...

Hum...mudanças por aqui, gostei!

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