la vida no es una frutilla


quarta-feira, 30 de março de 2011

Desamores contemporaneos

Toda semana, ao menos uma das minhas amigas (às vezes eu) está lamentando o sumiço de um homem (ou seria um rato?) que parecia superlegal, que ela estava adorando conhecer, ou com o qual rolou uma química (mesmo eles não tendo nada a ver) incrível. Toda semana, uma de nós sofre com o desaparecimento daquele FF, futuro-marido-em-potencial, "gatinho", tudo-de-bom, ou quebra-galho. Nenhum deles tem obrigação ou compromisso de seguir saindo com ela, nenhum deles precisaria se apaixonar, mas todos eles mostram-se superinteressados no início, prometem flores e amores, às vezes até a apresentam para a familia e amigos. Pra quê? Pra quê, se dali a poucos dias ele vai receber a última mensagem dela, não vai responder, e vai desaparecer sem dar explicação? Com que direito esses "homens" deixam mulheres lindas, maravilhosas e bacanérrimas esperando? Por que abandonar o barco antes mesmo de se afastar da costa? Não é bem melhor trocar fluidos com um corpo conhecido, com um certo grau de intimidade, do que um corpo estranho? E nós, mulheres modernas, nos perdemos entre a postura feminista "vou procurá-lo, afinal, hoje em dia não tem mais regra, mulher pode convidar pra sair e até pagar a conta se quiser", e a postura lady: "os tempos são outros, mas as regras são as mesmas. quem deve procurar é o homem, e se ele não ligar, paciência". Não nos damos o direito de reclamar de nada, afinal, não temos compromisso nenhum, e tememos encarnar a mulher chata e possessiva de que eles tanto reclamam, motivo pelo qual supomos que os homens não querem compromisso. Então nós, mulheres, cedemos nisso também: já nem queremos compromisso, apenas um corpo íntimo para dormir de conchinha no inverno e não ter que ficar arriscando encontrar uma anomalia por aí. O que mais me irrita é o bolo clássico (tipo combinar de sair amanhã ou hoje à noite e na hora H esquecer que tem telefone) seguido da caradura (ressurgir do desaparecimento 2 meses ou 2 anos depois, como se nada, propondo "um vinho lá em casa"). O bolo clássico ultrapassa a barreira das (não-)relações do contemporaneo: o sumiço após planos e combinados é falta de educação! Os homens esquecem que a mulher se planeja para as coisas: tem que se depilar, fazer as unhas, arrumar o cabelo, deixar aquele tratamento de pele para outro dia, regular a menstruação, escolher uma calcinha sexy e não bege. Dezenas de trintonas fantásticas na flor da idade sendo jogadas no vento por covardes que se aproveitam da condição de minoria em Porto Alegre para se provalecerem com falta de gentileza, afeto embotado e falta de educação. E como em terra de cego quem tem um olho é rei, nos derretemos quando um cara nos trata com... educação.
Por um pouco de delicadeza nas relações.

Pelas relações.

3 comentários:

Marília disse...

Falou e disse! Adorei!

Paula disse...

legítimo!
mas, vamos postar sobre os homens que nos tratam maravilhosamente bem e dos quais, por isso, fugimos?! e, proponho, melhor ainda, falar dos bons e premiados encontros?!
foi ótimo o nosso domingo mulherzinhas..
amo!

Anônimo disse...

muito bem, paula! um post sobre a covarde fuga das mulheres diante de homens sinceros, dedicados e apaixonados!
a realidade não é assim tão linear e matemática. sejamos honestos, há de tudo pelos dois lados. mas, claro, para as mulheres é sempre melhor valorizar os homens calhordas, e vice-versa. mas ainda bem que nem todo mundo pensa assim. nada de um contra o outro, mas um junto e ao lado do outro.

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