la vida no es una frutilla


quarta-feira, 19 de setembro de 2012

quem dança seus males espanta

Eu sei que as pessoas me consideram extrovertida, sem vergonha e motoramente coordenada. Mas a verdade é que sempre tive vergonha de não saber dançar. E quem disse que dançar é algo que se sabe?, alguem diria, dançar se dança! Mas eu me importo. Acho que é preciso saber dançar, é preciso ter ritmo, então fico tão preocupada em sentir a música que esqueço de ouvi-la. Sempre fico tão tensa por não saber dançar, que não consigo dançar. E se alguém me disser Relaxa, sente a música!, fico tão preocupada em relaxar que só fico mais tensa. Quando criança, certa vez fui com minha prima - hoje bailarina - à aula de ballet. Aqueles 60 minutos de "pliê-sotê" foram a coisa mais chata que já fiz na minha infancia, passei a aula inteira sonhando com saltos mortais e paradas de mão no solo da Sogipa. Ah, como eu amava ginástica olímpica! A partir dos vinte e poucos anos de idade, tentei algumas vezes aprender danças de salão. Destas, o tango sempre foi minha preferida, e por isso lhe dediquei mais tempo, mas não o suficiente para conseguir parar de pensar em parar de se preocupar em fazer certo. E o pior é que eu adoro dançar! Foi então que descobri a dança contemporanea. Aquelas aulas malucas que depois de um longo aquecimento despertando muita consciencia corporal, apagam-se as luzes e a música, e ficamos nós, corpos dançantes, sentindo a chuva entrar por todos os sentidos e movimentando-se de acordo com as memórias do corpo. Dançar sem dois pra lá, dois pra cá. dançar com a alma. conectando-se sim com o espaço e os outros corpos que o ocupam, mas sem necessariamente um conduzir o outro. Sempre saio da aula de dança muito leve, muito feliz, e com tesão. Hoje saí caminhando na chuva depois dessa aula, com um sorriso inexplicável no rosto. E quando a chuva apertou e todo mundo se amontou debaixo de uma marquise, parei por um segundo.. e decidi não esperar a intensidade da chuva diminuir, e simplesmente me fui, caminhado no mesmo ritmo de antes, o sorriso virando risada, sei lá porque. 

E junto com a dança descobri um cantinho do bairro que já é meu. :)


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