la vida no es una frutilla


terça-feira, 2 de abril de 2013

la tortuga y el zorzal

 
 


A grande tartaruga voltou para o mar. Na imensidão solitária da massa infinita de água, naquele mundo que os seres da terra ignoram e por isso jamais compreenderão, a velha tartaruga avança rapidamente com suas nadadeiras - tão inseguras e lentas na areia, tão ágeis e fortes na água. Deixou enterradas na areia as vidas que não viverá. A tartaruga voltará ao litoral para testemunhar suas esperanças romperem a casca do ovo e fracassarem - a maioria delas - no perigoso trajeto pelo terreno infértil do castelo de areia até a liberdade condicional do oceano. Rumo ao fundo do mar, onde a liberdade é só, a tartaruga e suas esperanças nadam desesperadamente, a fim de se afastarem da superfície sufocante, onde o sol penetra intenso, e os seres da terra e do fogo trocam calor entre si. Vagarosa, a tartaruga sem pressa depositava com frieza suas esperanças no solo gelado do amanhecer, enquanto os seres do ar esquentavam ninhos montados com de restos de vida para aquecer suas esperanças, dois a dois.




 

Um comentário:

Marcus disse...

Legal!
;-)

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