la vida no es una frutilla


sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

SAUDADE DO MEU PAGO

Morando numa cidade grande e enlouquecida como Buenos Aires, que tem as vantagens (cultura, gente do mundo inteiro, lugares diferentes, sempre novos, sempre abertos, permanentes, história, cada bairro uma vida, facilidade de acesso a tudo ou quase tudo, mistérios, novidades, uma infinidade de coisas a serem descobertas, eventos gratuitos, atrações internacionais, diversidade de atrações locais, etc.) e as desvantagens (barulho, poluição, estrangeiros demais, hostilidade, correria, estresse, engarrafamento, greves, colapso, escuridão, violência, sensacionalismo, etc.) de uma metrópole, a pessoa começa a sentir falta de certas coisas. Primeiro, por estar longe de casa, há momentos de muita saudade, saudade das pessoas queridas, saudade de muitos amigos ligando de todas as partes toda hora, todos os dias convidando pro aniversário ou churrasquinho ou comemoração de alguma coisa de alguém, saudade daqueles que sabem só pelo teu olhar. Segundo, porque em Baires se anda a pé, que saudades de pegar o carrinho no finde e sair por aí, sair dirigindo à toa, direção litoral ou campo ou serra, ou simplesmente um bairro mais calmo, perto do rio, pra tomar um mate e acalmar os sentidos. Terceiro, porque a cidade é muito iluminada à noite, quase não se vê as estrelas, e como eu sinto falta de olhar pro céu, procurar os satélites, ver estrelas-cadentes. Quarto, porque é muito barulho, especialmente morando a uma quadra de um hospital, é sirene de ambulância toda hora, e ônibus freando com as pastilhas gastas gritando. Quinto, porque as pessoas têm cachorros em apartamento e nem curtem eles direito, mandam o passeador levá-los pra rua entre mil outros cachorros na coleira, e os cocôs ficam nas calçadas esperando pra serem pisados.



SAUDADES DO CAMPO, DO SILÊNCIO, DO PÔR DO SOL E O NASCER DA LUA, DE ANDAR A CAVALO, DE TER MEU CÃO



Apelei ao Vitor Ramil, uma das minhas canções preferidas - Deixando o pago -, pra ver se alguém me entende...



Como é linda a liberdade

Sobre o lombo do cavalo

E ouvir o canto do galo

Anunciando a madrugada

Dormir na beira da estrada

Num sono largo e sereno

E ver que o mundo é pequeno

E que a vida não vale nada



Cruzo a última cancela
Do campo pro corredor

E sinto um perfume de flor

Que brotou na primavera.

À noite, linda que era,

Banhada pelo luar

Tive ganas de chorar

Ao ver meu rancho tapera



Falam muito no destino
Até nem sei se acredito

Eu fui criado solito

Mas sempre bem prevenido

Índio do queixo torcido

Que se amansou na experiência

Eu vou voltar pra querência

Lugar onde fui parido

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2 comentários:

carol de marchi disse...

eeeee o campo.
eu tb tenho saudade, mais do que isso dos proprios pampas, sejam argentinos ou brazucas. saudade da nossa vegetacao, da cor das nossas flores e do cheiro das nossas frutas de cores gostosas.
hum.
beijo gordo pra ti.
quando voltas a terrinha?

Anônimo disse...

Ando remoendo saudades do meu pago tb!
A simplicidade dos campos nem sempre nos acompanha...

Gostei muito da Música, vou postar no meu =) heheheh

Gracias!

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