la vida no es una frutilla


terça-feira, 19 de maio de 2009

TIGRE - uma lenda que já era

Elas chegaram a Buenos Aires em pleno inverno. Instalaram-se em certas instituições psi, uma a uma, e logo mudaram-se de mala e cuia para Palermo Soho. Estudavam ali, trabalharam ali, fizeram suas festas e suas compras ali. Receberam amigos e parentes brasileiros ali, mostrando-lhes as maravilhas do seu bairro cool, com suas feiras de diseño, suas cervejas levemente frias servidas em jarra, suas pizzas grandes e empanadas. Começaram a conviver com porteños, e a horrorizá-los com sua alienação palermitana. Não que elas não tivessem recorrido outros bairros, a Recoleta, La Boca, San Telmo, alguma aventura no Once a visitar algum prédio da UBA. Todos insistiam que elas tinham que ir a Tigre. Elas tinham que sair daquele circuito Alto Palermo-Bosques-Villa Freud e ir conhecer a grande Buenos Aires, as cidadezinhas afastadas. Alguém falou em La Plata, uns poucos disseram Mar del Plata, mas todos as mandaram conhecer o Tigre. Vieram os primeiros dias de calor primaveril e elas se programaram para ir a Tigre no domingo. Encontrariam outras amigas na estação de trem Retiro e dali tomariam o trem a Tigre.


Tigre é uma cidadezinha ao norte de Buenos Aires onde alguns rios se encontram num delta, e as pessoas passeiam de barco por entre as ilhas, nas quais há paraderos, clubes, restaurantes, pousadas. Na própria cidade, há um museu de belas artes que um dia foi hotel - um destino comum para lua-de-mel -, um antigo puerto de frutos que hoje é mercado de móveis de madeira e taquara, e muitas lojas de móveis por todos os lados. Tem também o parque de la costa, que consiste em um imenso parque de diversões para crianças e adultos.


Naquele domingo, apesar do sol ter brilhado sábado, o dia amanheceu cinza e chuvoso. Mixou o passeio delas. Combinaram para o domingo seguinte, mas choveu a semana inteira. Frustradas, deixaram de programar tal visita ao Tigre por algumas semanas, até que o calor foi se firmando, com a aproximação do verão. No próximo domingo vamos a Tigre! Informaram-se, procuraram fotos na internet, descobriram tudo o que se podia fazer em Tigre. Mas no sábado resolveram ir a uma festa e o domingo foi de ressaca. Não teve despertador que as tirasse da cama antes do meio dia, e aí já ficava tarde. Novembro e dezembro foram meses de muito trabalho e muitas visitas, ficou difícil organizar o passeio, mas chegaram a programar um domingo no Tigre, só que choveu. De novo.


Voltaram ao seu país para as festas de Natal e Ano Novo, mudaram de endereço provisoriamente em Buenos Aires durante as férias de verão, algumas conheceram a Patagonia, outra viajou a Mar del Plata num feriadão, mas nada de Tigre. Fizeram mais amigos, pelo menos dois que as convidaram a passear de lancha no Tigre qualquer hora dessas, e a proposta foi ficando tentadora. Os amigos demoraram a concretizar o convite, elas se programaram para ir lá sem eles, mas de novo acordaram de ressaca às 12h de domingo e o céu estava cinza. O Tigre virava lenda, elas já temiam que o simples pronunciar essa palavra já significasse chuva no domingo.

Até que, finalmente, elas foram. O amigo que tinha a lancha convidou, confirmou, telefonou no domingo de manhã apesar de algum friozinho (o outono não foi generoso com a temperatura) e de alguma nuvem, e as buscaram de carro, poupando o tempo do (des)encontro na estação de trem. Conheceram o puerto de frutos, comeram uma picada de frios e pan de campo, tomaram mate à beira de um canal, e foram buscar a lancha num canal mais afastado do centro. Chegando lá, contentes com o sol que vencia as nuvens, uma surpresa: a água do canal estava tão baixa, mas tão baixa, que não dava para botar a lancha na água. Não deu para passear pelo delta. O amigo anfitrião ficou frustradíssimo, que nunca tinha acontecido isso com ele, mas elas só acharam a coisa mais normal do mundo: Che, já chegamos até aqui finalmente, e sem chuva, alguma coisa tinha que dar errado! No final do dia, depois de duas térmicas de mate e um sorvete caseiro, apressaram a volta abaixo de chuva e engarrafamento. Como não podia deixar de ser.


O saldo do passeio foi positivo, foi divertidíssimo, e ainda ficou com gostinho de quero-mais.

Seguem fotossssss:






os amigos


o canal


a seca



canal principal



elas, nos jardins do museu












3 comentários:

Donnassolo Beschi disse...

ahh, que bonitinhas "elas" felizes, ainda que com seca e chuva...

Anônimo disse...

canga, o cara de gola rolê é IGUAL ao sebastião! tu encontrou teu irmão por aí? acho que vou dar uma passada por BsAs bem em breve. Confirmo as datas. bjos

Super disse...

NÃO, canga, nada a ver com seb! a começar pela gola rulê.
isso, vem logo. e me avisa logo das datas pq eu vou ter q ir a poa qqer hora dessas tb.
bitoca
te espero

Total de visualizações de página

Intensidades até aqui