Cerca de 30 pessoas a aguardam na saída do camarim. Dá entrevistas, recebe flores, agradecimentos, agradecimentos, abraços, beijinhos na boca (coisas de artista). Onde iremos comemorar? Entre os 30, um moreno não muito alto fica propositalmente por último. Adjetiva sua atuação como encantadora. Nunca tinha escutado isso, encatandora. Convida-a para uma festa. Tem todo domingo, manda teu nome para este email aqui que coloco teu nome na lista. Ela olha desconfiada para o flyer e para os olhos dele, alternadamente. Parece uma boa festa, mesmo. Pensa em ir.
É a segunda vez que se apresenta naquela cidade, espetáculos diferentes. Desta vez serão dois finais de semana, quer aproveitar a estadia. Decide ir à tal festa, vingar-se da ausência dele na platéia. Sai do hotel para encantar(-se). Dançará todas, beberá todas, e ouvirá tudo o que o moreno de olhar insistente vier dizer. A festa é muito boa mesmo, obrigada pelo convite. Ele sorri. O sorriso mais ... encantador que ela jamais vira. Sente uma revoada de borboletas na barriga, muito mais forte do que a emoção de uma estréia, maior do que aquela da expectativa será que desta vez ele vem? Beijam-se. Ele a trata com a intimidade de quem se conhece há anos, mas é apenas a segunda vez que se encontram. Ela já estava no brilhinho quando ele aparece com uma garrafa de champanhe. A cada beijo demorado, a cada abraço apertado, ela se vê entre a culpa e a entrega. Olhar de gata assustada. Mas então pensa Bem feito pra ele, que nunca assiste às minhas estréias. Bem feito. E joga a cabeça para trás, deixa as borboletas voarem na barriga, aproveita o momento.
Fim da festa. O DJ parou de tocar e está se despedindo. Ele propõe levá-la.
Fecha cortina. Aplausos. Bravo!
\o/
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