la vida no es una frutilla


quarta-feira, 11 de junho de 2008

noitelonga


cumprimentaram-se como dois velhos amigos na entrada da festa. ela subiu, ele tomou mais duas cervejas na calçada e entrou. ela encontrou os amigos. ele a encontrou. deixou-a beber umas três cervejas sozinha. esperou o momento certo. estendeu-lhe a mão e com o olhar convidou: quer dançar? o que ela escutou como ordem: dança comigo! e dançaram como se fosse a primeira vez que dançavam. antes mesmo de a música chegar ao refrão ele segurou seu rosto e beijou um beijo bem beijado na boca dela, que rapidamente abriu os olhos assustados de prazer, ele disse que saudade desse olhar, ela relaxou e de olhos fechados beijou de volta quela boca que dizia coisas lindas de arrepiar os pelinhos do braço. dançaram mais uma estrofe. quase sem ela perceber ele os conduzia para junto à parede, onde já no verso seguinte abraçaram-se forte e diziam que vontade que eu estava deste abraço quanto tempo esperamos por este momento que bom estar aqui contigo beijobeijobeijobeijo e muitos sorrisos. dançaram mais uma música e outra e outra e outra e beberam mais uma cerveja e andaram de mãos dadas pelo salão. ele apresentou seus amigos, ela apresentou-lhe os dela, e conversaram, e ele cantava no ouvido dela os versos preferidos do samba preferido dela e ela sorria no seu ouvido o sorriso preferido dele e olhavam-se e falavam pelos olhos. só então deram-se conta de que era apenas a segunda vez que se viam, e que coisa louca, parecia que se conheciam há anos. então passaram horas dizendo que loucura isso que loucura que loucura boa que delícia. ela voltou no carro dele, deram carona aos amigos, ela em dúvida se aceitaria o convite ou não, foi então que ele perguntou onde tu mora? e ela disse e ele a deixou em casa e ela ficou pensando que amor ele, porque foi um gesto de amor, de cuidado, porque ela iria onde ele a levasse, ela confiava, e depois disso só confiou mais. então dormiram tranqüilos com a certeza de que se veriam de novo, pelo menos mais uma vez. pelo menos mais um baile, mais uma dança, mais uma música, uma só que fosse. as surpresas do acaso da vida são a graça de viver ("a vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida"-vinícius), mas tem vezes em que não há nada melhor do que dormir com uma certeza. e se naquele primeiro encontro não teve noite toda ("no meio do fim tem i"), foi para reservar-lhes o prazes de mais uma noite/dia/noite/dia/noite...



Um comentário:

tatá. disse...

e como nada na vida tem explicação, eles se apaixonaram e viveram o melhor beijo.


uma semana que ja virou seis dias
e a contagem continua..


amor,
um cara que curte o democraticos

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