la vida no es una frutilla


quarta-feira, 11 de junho de 2008

Cinderela sem sapato


Tão difícil encontrar um sapato de festa do jeito que eu gosto em Porto Alegre, que pediria à minha fada-madrinha sapatinhos de cristal como os da Cinderela. E à meia-noite eu sairia correndo da festa, e o Fiesta viraria abóbora, e meu vestido romântico de princesinha viraria trapo, e talvez eu caísse dormida com os vira-latas à beira do Guaíba. Tudo por causa da maldita moda que dita que sapato de festa tem que ter bico de gnomo. Bico de gnomo é aquele que mais do que fino, é compriiido a ponto de ser impossível subir uma escadaria de frente, porque do salto até a ponta do bico não cabe um sapato inteiro em cada degrau. Então eu seria um duende, quem sabe a própria Sininho, e ao final do baile voaria de volta para a Terra-do-Nunca, onde eu seria eterna criança e subiria em árvores que não têm formigas em seus galhos. Na Terra-do-Nunca não há sapatos de bico fino, nem vestidos românticos, nem bailes. Pensando bem, prefiro a vida daqui, a mau dita moda esperando que eu dela desvie, o vestido de pêssego e chocolate da última hora, o sapato encontrado por acaso naquela loja onde entrei já sem esperanças, e os bailes, ah, os bailinhos! Que seria da graça da vida, não fossem eles?

Um comentário:

alice disse...

hahahaha!

adorei...

sapatos-gnomo não estão com nada. gosto dos sapatos charles chaplin - não porque eles são grandes e de vagabundo, como ele mesmo o foi - mas sim porque têm um chapéu-côco na cabeça, e não um gorro de gnomo.

sabe, no país e nas cidades das maravilhas tem uma loja que se chama "alice disse" (é verdade!!!) e lá não tem gnomo nenhum. afinal, alice gosta de seres bizarros, e gnomos são pra lá de clichês.

viva carlitos.

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